Emprego

CNC projeta maior oferta de vagas temporárias para o Natal em nove anos

Uma sondagem realizada pela CNC, divulgada nesta quarta-feira (26/10), estima a contratação de 109,4 mil trabalhadores temporários no país para dar conta do aumento previsto para as vendas no varejo relativas ao fim do ano

Uma sondagem realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima a contratação de 109,4 mil trabalhadores temporários no país para dar conta do aumento previsto para as vendas no varejo relativas ao Natal. Segundo os dados, divulgados nesta quarta-feira (26/10), essa deve ser a maior oferta de trabalho temporário em nove anos, quando, em 2013, foram abertos 115,5 mil postos.

As previsões são baseadas em aspectos sazonais das admissões e desligamentos no comércio varejista, registrados mensalmente pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Os maiores volumes de contrato devem se concentrar no ramo de hiper e supermercados, no qual a previsão é de abertura de 45,5 mil vagas temporárias, e no setor de vestuário, de 25,8 mil.

“Se, por um lado, os hiper e supermercados, que são o segmento que mais emprega no varejo, têm destaque no número absoluto de vagas, as lojas de roupas, acessórios e calçados são, historicamente, as mais beneficiadas pelas vendas natalinas”, apontou o economista da CNC responsável pela pesquisa, Fabio Bentes. Enquanto o faturamento do varejo cresce, em média, 34% no período de fim de ano, o setor de vestuário costuma registrar alta de até 90%.

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A expectativa é de que a taxa de efetivação seja de 11%, o que representa 3 pontos percentuais a menos do que em 2021. “A conversão de vagas temporárias em efetivas em 2022 não deve ser tão expressiva quanto depois do Natal de 2021, quando chegou a 15%, porque, no ano passado, o varejo ainda estava repondo os postos que haviam sido fechados nas duas primeiras ondas de covid-19”, pontuou o presidente da CNC, José Roberto Tadros.

O salário médio de admissão deverá alcançar R$ 1,6 mil, avançando, portanto, 2,5% em termos nominais, na comparação com o mesmo período do ano passado, quando a remuneração média ficou em R$ 1,5 mil. Os valores mais altos, de R$ 2,3 mil, devem ser pagos pelas lojas especializadas na venda de produtos de informática e comunicação, seguidas pelo ramo de artigos farmacêuticos, perfumarias e cosméticos, que deve pagar em torno de R$ 1,8 mil. Contudo, esses segmentos respondem por apenas 2,3% das vagas totais a serem criadas.

Aumento nas vendas

A previsão da CNC é de que haja aumento de 2,1% nas vendas de fim de ano no varejo como um todo. O ramo de hiper e supermercados tende a registrar alta de 4,8% nas vendas, já descontada a inflação, mas as vendas nas lojas de utilidades domésticas e eletroeletrônicos devem cair 3,4% em relação ao ano passado. “Essa perspectiva decorre do somatório entre a desaceleração da inflação e o encarecimento do crédito, já que a taxa de juros de operações envolvendo pessoas físicas atingiu o maior patamar desde abril de 2018, o que favorece as compras em segmentos que dependem menos de empréstimos e financiamentos”, explicou Bentes.

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