A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) apresentou notícia-crime ao Ministério Público de São Paulo contra uma rede de empresas de fachada criada para fraudar solicitações e reembolsos contra operadoras de planos de saúde. O rombo provocado pelas fraudes já chega a R$ 40 milhões.
O caso já era acompanhado pelos promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP-SP, uma vez que as denúncias envolvem empresas paulistas. A denúncia formalizada ao órgão compreende documentos, notas fiscais e informações contra 179 empresas e 579 falsos beneficiários.
A FenaSaúde, entidade que representa 14 grandes grupos de planos de saúde do país, responsáveis por 41% dos beneficiários do mercado, apontou também, na denúncia, que as fraudes estariam sendo praticadas especialmente contra operadoras de saúde como Amil, Bradesco Saúde, Porto Saúde e SulAmérica.
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Entenda o caso
As empresas identificaram indícios de fraudes durante sindicâncias das operadoras e do grupo de trabalho antifraude da FenaSaúde. A estratégia dos fraudadores envolvia a criação de empresas de fachada sem endereço físico declarado para simular atendimentos com apoio de falsos usuários que apresentavam os pedidos de reembolso de atendimentos não existentes.
“Esse tipo de fraude prejudica a todos os clientes de planos de saúde, que são quem financiam todas as despesas assistenciais. Impacta na sustentabilidade do sistema de saúde, uma vez que as operadoras precisam estabelecer critérios cada vez mais rígidos para garantir a segurança do paciente”, explica Vera Valente, diretora-executiva da FenaSaúde.
A FenaSaúde suspeita que o caso possa revelar um esquema maior de fraudes. “Este esquema, especificamente, é somente a ponta de um iceberg muito maior. Seguiremos nossa empreitada para desarticular essas quadrilhas”, diz o advogado Rodrigo Fragoso.
Segundo o estudo “Impacto das fraudes e dos desperdícios sobre gastos da Saúde Suplementar”, realizado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), somente em 2017, quase R$ 28 bilhões dos gastos das operadoras médico-hospitalares foram gastos com fraudes em todo o país.
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