Comércio

Quase metade dos bares e restaurantes pretende contratar para o fim do ano

Além das festas tradicionais, como Natal e Réveillon, a Copa do Mundo, que este ano tem início em novembro, deve movimentar o segmento

Rafaela Gonçalves
postado em 13/10/2022 18:10 / atualizado em 13/10/2022 18:11
 (crédito: Antonio Cunha/CB/D.A Press)
(crédito: Antonio Cunha/CB/D.A Press)

Os últimos meses do ano prometem aquecer o setor de bares e restaurantes. Além das festas tradicionais, como Natal e Réveillon, a Copa do Mundo, que este ano tem início em novembro, deve movimentar o segmento. Um levantamento feito pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), realizado com 1.709 empresários em todo o país, apontou que 45% têm a intenção de contratar funcionários até o fim do ano — sendo que 25% revelaram já ter aumentado o quadro de funcionários em setembro.

Aina segundo a pesquisa, outros 51% têm a expectativa de manter o time atual e apenas 4% dizem que irão realizar demissões.

Segundo o presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci, o número de empresas contratando é alto, mas não surpreende. “Estamos acompanhando de perto a movimentação dos estabelecimentos e já prevíamos a melhora dos indicadores na economia. Estamos entrando em um ciclo virtuoso nos próximos meses, com vários fatores contribuindo positivamente: o fim da pandemia, a melhora no poder aquisitivo, os benefícios sociais como o Auxílio-Brasil, a baixa nos índices de desemprego, o aumento de pessoas frequentando bares e restaurantes depois de tempos tão difíceis”, afirmou.

Solmucci destacou que a redução da inflação geral é muito importante para os negócios, pois permite a redução nos custos para um setor que estava há meses pressionado, segurando os repasses do cardápio e absorvendo parte importante dos aumentos. “A cereja do bolo é a Copa do Mundo em novembro, estamos muito animados”, acrescentou.

Entre os que pretendem contratar, 63% apontam como motivo o aumento de demanda previsto, em função dos eventos. Também chama a atenção o número de empresas que busca mais gente para ampliar o negócio com novos produtos/serviços (11%) ou para abrir filiais (9%). Além disso, 25% procuram profissionais para recompor o quadro e readequar a empresa à nova configuração de mercado pós-pandemia.

Procura por profissionais 

Apesar da procura, nem todos os empresários estão encontrando os profissionais desejados. A quase totalidade (99%) dos entrevistados que pretende contratar disse ter algum grau de dificuldade na seleção. Quanto mais especializado o profissional, mais difícil de encontrar. É o caso de cargos como padeiro e sommelier, apontados como tendo alto grau de dificuldade para contratação por 72% e 71% dos respondentes, respectivamente. Chef de cozinha (62%), gerente (59%) e profissional de TI (39%) também estão em falta no mercado.

Os profissionais mais procurados, entretanto, não são os de maior qualificação. A maior procura é por cargos de auxiliar de cozinha (há vagas abertas em 59% dos estabelecimentos), garçom (55%) e atendente/cumin (49%).

Encontrar bons profissionais sempre foi uma dificuldade do setor, de acordo com o presidente-executivo da Abrasel, o que se torna mais evidente em momentos de alta demanda. “Os estabelecimentos acabam formando muita gente, mas isso leva tempo e investimento. Além disso, na dinâmica do nosso setor, o garçom de hoje é o empresário de amanhã, e muita gente trocou o emprego por um negócio próprio, como microempresário, durante a pandemia. Então, encaramos esta dificuldade como algo transitório”, explicou Solmucci.

A pesquisa revelou também que a situação econômica dos estabelecimentos está se estabilizando. Depois de aumentos constantes nos últimos meses no número de empresas realizando lucro, o índice se estabilizou em 45%. Ao todo, 36% dos respondentes disseram ter trabalhado em setembro com equilíbrio financeiro e 19%, com prejuízo. Os mesmos números relativos ao desempenho no mês de agosto.

Caiu, no entanto, o número de empresas inadimplentes no regime do Simples: 31% disseram estar com parcelas em atraso. O número é menor do que o apurado em agosto (36%), julho (38%) e junho (42%). Lembrando que 84% das empresas respondentes da pesquisa se encontram enquadradas neste regime fiscal.

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