Balança comercial

Setor químico registra déficit de US$ 49 bi entre janeiro e setembro de 2022

Expectativa é que esse valor chegue a US$ 65 bilhões em todo o ano de 2022. Os dados foram publicados pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) nesta sexta-feira (7/10)

Michelle Portela
postado em 07/10/2022 12:37 / atualizado em 07/10/2022 12:37
 (crédito: Monique Renne/CB/D.A Press)
(crédito: Monique Renne/CB/D.A Press)

O déficit comercial do setor químico chega a US$ 49 bilhões de janeiro a setembro, superior aos US$ 46,3 bilhões do ano passado, até então o maior déficit anual da história do segmento, de acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), divulgados nesta sexta-feira (7/10). A expectativa é que esse valor chegue a US$ 65 bilhões para o ano de 2022.

Nos primeiros nove meses do ano, as importações somaram recorde de US$ 62,5 bilhões, com aumento de 47,4% sobre igual período do ano passado. Desde maio de 2022, as importações de produtos químicos têm superado os US$ 7 bilhões mensais, quase o dobro das mensais médias anteriores a pandemia.

Com isso, entre janeiro e setembro, o déficit acumulado chegou ao novo recorde de US$ 49 bilhões. Até então, valor superior aos US$ 46,3 bilhões do ano passado era o maior já registrado na história. Para o consolidado deste ano, prevê-se um inédito déficit de US$ 65 bilhões.

No acumulado do ano, até setembro, as vendas de produtos químicos para o estrangeiro totalizaram US$ 13,5 bilhões, valor 33% superior ao registrado entre janeiro e setembro de 2021. A diretora de Assuntos de Comércio Exterior e Administrativa da Abiquim, Denise Mazzaro Naranjo, explica que, com base nas oportunidades de demanda interna e de exportações e nas vantagens comparativas do Brasil, a indústria química brasileira tem plenas condições de ser a mais sustentável do mundo.

“O cenário adverso dos últimos anos tem impedido que oportunidades geradas pelo crescimento da demanda se transformem em investimento e produção efetiva. Com foco na superação desse momento desafiador, a indústria química brasileira propõe um endereçamento adequado das questões de energia e matérias-primas competitivas, de estímulos à química sustentável, de carga tributária e, em especial, de uma inserção internacional equilibrada, alicerçando os pilares para o fortalecimento da competitividade industrial e o atingimento das missões setoriais em gás natural, bio-produtos, energias renováveis e saneamento”, destaca.

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