Europa

Bolsas da Europa fecham sem sinal único, com eleição italiana, libra e BCE

O ING avalia que as autoridades britânicas têm opções incertas para conter a onda de vendas "desordenada" da moeda britânica

Os principais mercados acionários da Europa não tiveram sinal único, nesta segunda-feira (26/9). Em meio à deterioração da perspectiva econômica, com inflação alta e aumento de juros pelos bancos centrais, investidores monitoraram a desvalorização histórica da libra, comentários do Banco Central Europeu (BCE) e as eleições italianas.

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em queda de 0,34%, a 390,06 pontos.

Durante a madrugada, a libra atingiu a mínima inédita de US$ 1,0351. O movimento aconteceu no âmbito do pacote econômico anunciado pelo governo britânico na semana passada, que inclui cortes de impostos e aumento de gastos, que podem impulsionar a demanda e reduzir as chances de uma recessão no Reino Unido. No entanto, analistas acreditam que as medidas podem gerar inflação. Em resposta, o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) divulgou comunicado nesta segunda, em que afirma que monitora os acontecimentos nos mercados financeiros "muito de perto, diante de uma significativa reprecificação nos ativos financeiros".

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O ING avalia que as autoridades britânicas têm opções incertas para conter a onda de vendas "desordenada" da moeda britânica. "Alternativamente, há intervenção cambial, mas o Reino Unido tem apenas cerca de US$ 80 bilhões em reservas líquidas cambiais - mal o suficiente para cobrir dois meses de importações", explica o banco.

De acordo com a Bloomberg, operadores elevaram as apostas na escala de aumentos das taxas de juros pelo BoE no curto prazo, para lidar com os mercados em turbulência com os planos econômicos do governo. Agora, precificam mais de 200 pontos-base de aumento na próxima reunião do BoE, em novembro, quatro vezes o tamanho de seu último aumento.

A presidente do BCE, Christine Lagarde, defendeu nesta segunda que o apoio fiscal para proteger as famílias da zona do euro do impacto dos preços mais altos deve ser temporário e direcionado. "Isso limita o risco de alimentar pressões inflacionárias, facilitando também a tarefa da política monetária para garantir a estabilidade de preços e contribuindo para preservar a sustentabilidade da dívida", explicou, durante discurso no Parlamento Europeu. Ela ainda reafirmou que espera aumentar ainda mais as taxas de juros nas próximas reuniões para "amortecer a demanda" e "se proteger contra o risco de uma mudança persistente para cima nas expectativas de inflação".

Já na Alemanha, o índice de sentimento das empresas caiu a 84,3 pontos em setembro, atingindo o menor patamar desde maio de 2020. Na avaliação do presidente do Ifo, Clemens Fuest, "a economia alemã está entrando em recessão".

Na Itália, por sua vez, a extrema direita populista vai sair vitoriosa das eleições legislativas italianas realizadas neste domingo, indicam as projeções. Giorgia Meloni liderava todas as pesquisas e pode confirmar a vitória histórica nesta segunda-feira, quando devem sair os resultados oficiais.

O ING acredita que o resultado das eleições não gera preocupações, ao menos "por ora". Em relatório a clientes, o banco diz que a vitória da coalizão de centro-direita liderada por Meloni era amplamente esperada. A política deve agora formar um governo com uma maioria estável, enquanto preocupações sobre decisões no orçamento e as relações com a União Europeia estão "bastante contidas", na avaliação do ING.

O FTSE, de Londres, subiu 0,03%, a 7.020,95 pontos.

Em Frankfurt, o índice DAX caiu 0,46%, a 12.227,92pontos.

Na Bolsa de Paris, o índice CAC 40 registrou baixa de 0,24%, a 5.769,39 pontos.

Em Milão, o FTSE MIB avançou 0,67%, a 21.207,25 pontos.

Na Bolsa de Madri, o índice IBEX 35 fechou em queda de 0,99%, em 7.508,50 pontos.

Em Lisboa, o índice PSI 20 caiu 1,30%, a 5.415,93 pontos.

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