Pela primeira vez em cinco meses, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), fechou em patamar acima dos 114 mil pontos. No dia seguinte à decisão do Banco Central, que manteve a taxa básica de juros em 13,75%, o otimismo dos investidores brasileiros se deu com a valorização do minério de ferro e do petróleo no mercado internacional.
Descolado dos índices globais, o Ibovespa fechou o pregão desta quinta-feira (22/9) com alta de 1,91% aos 114.070 pontos. O volume negociado na sessão foi de R$ 33,5 bilhões. O dólar também sofreu desvalorização frente ao real, com queda de 1,14%, cotado a R$ 5,114 para compra e para venda.
“Hoje o Ibovespa surfou em uma alta advinda de commodities, com destaque também para o setor financeiro. Mostra-se também um pouco mais de apetite do fluxo estrangeiro aqui, com investidores estrangeiros buscando economias emergentes e o Brasil se destaca por defender o menor risco entre os seus pares. O Brasil ganha força por ter começado o aperto monetário antes que as principais economias do mundo”, avaliou Ariane Benedito, economista e especialista em mercado de capitais.
No cenário doméstico, o Ministério da Economia previu superávit primário para 2022 em seu relatório bimestral de avaliação de despesas e receitas. Se confirmado, este será o primeiro superávit em nove anos, o componente fiscal, de acordo com analistas, também pode ter refletido no otimismo da bolsa, dando uma expectativa de melhora para a economia brasileira.
Em Nova York, o pregão foi marcado pela volatilidade, mas os principais índices terminaram o dia no vermelho. O Dow Jones caiu 0,36%, aos 30.076 pontos; o S&P 500 recuou 0,85%, aos 3.757 pontos; e a Nasdaq teve baixa de 1,37%, aos 11.066 pontos.
No cenário externo, o mercado segue repercutindo alta de 0,75 ponto percentual nas taxas de juros. O Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano, indicou manter tom agressivo contra a inflação, sugerindo novas altas na taxa.
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