Em discurso, após o anúncio da alta de 75 pontos base nos juros norte-americanos, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, reforçou o compromisso da autoridade monetária em reduzir a inflação. “Estamos mudando nossa postura política propositalmente”, declarou Powell, que voltou a dizer que a estabilidade de preços é uma prioridade e que, sem ela, a economia não funciona.
Com o aumento, foi mantido o ritmo de alta das duas reuniões anteriores, até então o maior aumento desde 1994, e as taxas de juros do país ficaram em uma faixa de 3% a 3,25%. O presidente do Fed admitiu que a economia norte-americana desacelerou em relação a 2021, com um enfraquecimento significativo do setor imobiliário, e que o mercado de trabalho continua fora de equilíbrio.
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Momento de cautela
Uma desaceleração da economia global também está enfraquecendo as exportações. Enquanto isso, Powell reforça que o mercado de trabalho dos EUA continua extremamente apertado e que deve permanecer assim. Os salários continuam elevados e a geração de empregos segue robusta.
Com a inflação bem acima da meta de 2%, as pressões inflacionárias atravessam uma série de bens e serviços e os dirigentes do Fed continuam vendo riscos de elevação nos índices. A autoridade monetária indicou que vai depender de dados para decidir sobre a magnitude de suas próximas decisões. “Em algum momento vai ser apropriado reduzir o ritmo de alta de juros”, afirmou Powell, que disse, contudo, que uma política monetária mais restritiva será necessária por mais tempo.
“Para reduzir juros, precisamos estar confiantes de que a inflação está desacelerando”, destacou Powell. Segundo ele, existe a chance do Fed chegar a um patamar de juros e se manter nele, mas acrescentou que esse nível ainda não foi alcançado.