conjuntura

Gasolina sobe e volta a custar mais de R$ 5 em postos do DF

Consumidores reclamam de reajustes. Sindicato dos revendedores diz que está havendo recomposição de margens de lucro

Consumidores do Distrito Federal (DF) têm observado que os postos de gasolina voltaram a aumentar o preço do combustível, sem motivo aparente. Segundo relatos de motoristas, depois de um período de queda, os valores cobrados na bomba começaram a subir novamente, no início desta semana.

A aposentada Maria de Fatima, 57 anos, afirmou que, na segunda-feira, encontrou postos que vendiam o litro da gasolina entre R$ 4,60 e R$ 4,79. "Mas, do nada, o preço subiu para R$ 5,15 e R$ 5,20. Isso é um absurdo", reclamou. Ela diz que costuma conferir os preços freqüentemente, pois há um posto de revenda em frente à sua casa e outro perto da escola onde a neta estuda.

Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes do Distrito Federal (Sindicombustíveis-DF), Paulo Tavares, boa parte dos estabelecimentos estava vendendo gasolina a preço de custo, na tentativa de manter as vendas ou ganhar mercado. No entanto, os revendedores que tinham baixado os preços não estão mais conseguindo sustentar os valores. "Os preços estão aumentando devido à recomposição de margens. Vários revendedores que vinham mantendo os preços perto do custo não estão conseguindo ficar muito tempo nessa condição", afirmou.

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Má-fé

Antônio Pereira, 42, motorista de aplicativo, disse que também notou uma alta no valor cobrado nas bombas nos últimos dias. Na opinião dele, os donos dos postos de revenda estão agindo de má-fé com os consumidores. "Quando há uma redução no combustível, eles aumentam os preços, mas, dois a três dias depois, diminuem para o valor que era praticado anteriormente. Assim, dão a impressão de que eles estão ficando mais baratos", afirmou.

O preço dos combustíveis vinha recuando após a redução dos impostos cobrados sobre a gasolina e o diesel, por conta de projetos de lei aprovados pelo Congresso. Além disso, o enfraquecimento das cotações do petróleo no mercado mundial permitiu que a Petrobras diminuísse os valores no mercado interno. A estatal segue as cotações internacionais do petróleo, em dólares, para calcular os preços que cobra das distribuidoras, no mercado interno.

Cenário

No início deste mês, a empresa informou que estava trabalhando com um cenário no qual havia espaço para novas reduções no preço da gasolina a curto prazo. No caso do diesel, porém, as quedas são menos prováveis, dizem fontes com conhecimento do assunto.

Desde meados de julho, a estatal já promoveu quatro reduções no preço de venda da gasolina nas refinarias. Nesse período, o combustível recuou 19,2%. A avaliação da Petrobras é de que a gasolina tem estoques em reconstrução ao redor do mundo e cotações mais resilientes, mesmo quando pressionadas, enquanto o diesel, cuja capacidade global de refino é menor, segue sob forte volatilidade.