A produção das montadoras de veículos alcançou, em agosto, o maior volume em 21 meses, somando 238 mil unidades, entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus. O número supera em 43,9% o total do mesmo mês de 2021. Na comparação com julho, a alta foi de 8,7%, conforme balanço divulgado, ontem, pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
É a maior produção desde novembro de 2020, quando 238,2 mil veículos foram montados no país. Com o resultado, as fábricas invertem o sinal negativo e passam a mostrar crescimento de 4,7% no acumulado desde o primeiro dia do ano, com 1,55 milhão de unidades montadas nos oito primeiros meses de 2022.
Apesar de a irregularidade no fornecimento de peças persistir, interrompendo parte ou toda a produção em fábricas como Volkswagen e Nissan, as paradas tornaram-se menos frequentes, permitindo uma recomposição da oferta. Assim, a indústria vem conseguindo entregar mais carros para os clientes frotistas, especialmente as locadoras de carros, o que permitiu em agosto o melhor resultado em vendas dos últimos 20 meses.
Na soma de todas as categorias, 208,6 mil veículos foram vendidos no mês passado, com alta de 20,7% frente ao número de um ano antes e de 14,6% em relação a julho.
Exportação
As exportações seguem subindo, somando 46,8 mil veículos no mês passado, 58,9% a mais do que em agosto de 2021. Nos oito primeiros meses do ano, as montadoras venderam para o exterior 335 mil, crescimento de 32,2%.
O levantamento mostra, ainda, que as fábricas abriram 255 vagas em agosto, fechando o mês com 104,2 mil empregados. Em 12 meses, 1,1 mil postos foram criados.
Citando a alta dos juros, além de impactos associados à Copa do Mundo e às eleições, a direção da Anfavea manifestou "otimismo moderado" em relação às vendas até o final do ano. Durante a apresentação dos resultados do mês passado, o presidente da entidade, Márcio de Lima Leite, observou que, além da alta dos juros nos financiamentos de veículos para perto de 30% ao ano, as vendas a prazo estão sendo feitas com entradas de 60% — ou seja, os bancos aceitam financiar 40% do automóvel.
"É algo pesado. Aqueles consumidores que dependiam de crédito deram um passo para trás porque houve maior restrição", observou.