A primeira fábrica de hidrogênio verde do Brasil já começou a ser construída na Bahia. Entre as maiores empresas petroquímicas da América Latina, a Unigel está construindo uma unidade fabril de fertilizantes nitrogenados em Camaçari, município a 50 km de Salvador, com investimento inicial de US$ 120 milhões, cerca de R$ 650 milhões, na cotação atual.
O lançamento da pedra fundamental ocorreu nesta semana no município, mas a fábrica deverá entrar em operação apenas no fim de 2023, com a promessa de se tornar uma das maiores do mundo e representar parte da recuperação de investimentos locais perdidos com o processo de desinvestimento da Petrobras na região.
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Em 2021, a Unigel participou do processo licitatório de arrendamento das plantas químicas da estatal em Camaçari, na Bahia, e também em Laranjeiras, localizado em Sergipe. Entretanto, a aposta em hidrogênio verde significa uma nova planta de investimentos da empresa, interessada no mercado de energia limpa.
“Dado o potencial do Brasil na geração de energia eólica e solar, a Unigel acredita que o país tem uma grande oportunidade de ser referência para o mundo no hidrogênio verde, solução que traz versatilidade ao transformar energia renovável em matérias-primas e combustíveis carbono zero”, diz Roberto Noronha Santos, CEO da Unigel.
Localizada no Polo Industrial de Camaçari (BA), a nova fábrica terá, em sua primeira fase, capacidade de produção de 10 mil toneladas/ano de hidrogênio verde e de 60 mil toneladas/ano de amônia verde, um outro tipo de combustível utilizado na fabricação de fertilizantes agrícolas, fibras e plásticos, de produtos de limpeza. Na segunda fase do projeto, prevista para entrar em operação até 2025, a companhia deve quadruplicar a produção de hidrogênio e amônia verdes.
Henri Slezynger, fundador e presidente do Conselho de Administração da Unigel, defende o empreendimento como histórico. “Ao longo de nossos quase 60 anos de história, desenvolvemos tecnologias e investimos para atender às demandas industriais e do agronegócio. Com este projeto, a Unigel dá mais um importante passo rumo à descarbonização de diversos setores, contribuindo substancialmente para combater as mudanças climáticas do planeta”, afirma.
Descarbonização
A Unigel conta com a tecnologia líder mundial para eletrólise de alta eficiência da thyssenkrupp nucera, da Alemanha. A fabricação de hidrogênio, além de amônia verde, já é um desdobramento de outras ações que a Unigel tem feito, como a parceria para produção de energia eólica, em valor superior a R$ 1 bilhão, com a Casa dos Ventos, uma das maiores empresas de geração de energia a partir de fontes renováveis do país. “A Unigel está focada em investimentos que permitam a descarbonização de suas operações e também contribuindo com soluções para a indústria”, declara Noronha.
A nova fábrica de hidrogênio deve estimular a economia local, com geração de pelo menos 500 empregos diretos e indiretos, segundo estimativa. Para a primeira fase do projeto, a Unigel adquiriu da Thyssenkrupp três eletrolisadores com potência total de 60 MW de energia.
“O projeto da Unigel é o primeiro do gênero no Brasil e reforça o pioneirismo e empreendedorismo desta que é uma das maiores empresas químicas do país. Ficamos muitos orgulhosos e honrados por firmar essa nova parceria e compartilhar a experiência e a capacidade de fornecimento inigualável que adquirimos ao longo de seis décadas desenvolvendo nossa tecnologia de eletrólise”, diz Paulo Alvarenga, CEO da Thyssenkrupp para a América do Sul.
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