Conjuntura

OCDE reduz previsão de crescimento da economia mundial em 2023 para 2,2%

Em linha com as previsões do FMI, a organização projeta que o Brasil crescerá muito mais que as previsões iniciais, 2,5% em 2022, quase dois pontos acima da estimativa de junho. O país deve avançar 0,8% em 2023, estimativa 0,4 pontos menor em relação à previsão anterior

Correio Braziliense
postado em 26/09/2022 12:28 / atualizado em 26/09/2022 13:48
 (crédito: Eric Piermont/AFP)
(crédito: Eric Piermont/AFP)

A economia mundial deve crescer 2,2% em 2023, de acordo com a nova projeção da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE), divulgada nesta segunda-feira (26), que reduziu em 0,6% a previsão anterior de junho. A queda é atribuída como consequência da invasão russa da Ucrânia e do aumento das taxas de juros para conter a inflação.

"Uma perda de estímulo econômico é visível a nível mundial, mas em particular na Europa", afirmou a OCDE no relatório "Pagando o preço da guerra", que mantém inalterada a previsão de 3% de crescimento mundial para 2022.

O documento reduz em 1,3 ponto a previsão de 2023 para a zona do euro, que deve crescer 0,3%, principalmente devido ao resultado econômico da Alemanha, que entraria em recessão com contração de 0,7%.

Os países do G20 devem avançar no próximo o mesmo ritmo da economia mundial (2,2%), após uma redução de 0,6 ponto da perspectiva para o grupo na comparação com junho. Neste grupo, a OCDE diminuiu em 1,5 ponto a previsão para a Argentina, que deve crescer 0,4% no próximo ano, depois de um avanço calculado em 3,6% para 2022, que não teve alteração, e de 10,4% em 2021.

Em linha com as previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) de julho, a organização projeta que o Brasil crescerá muito mais que as previsões iniciais, 2,5% em 2022, quase dois pontos acima da estimativa de junho. O país deve avançar 0,8% em 2023, estimativa 0,4 pontos menor em relação à previsão anterior.

Segundo a OCDE, o conflito na Ucrânia deve continuar afetando a economia,Rafaela Gonçalves em particular nos preços da energia e dos alimentos. A previsão de inflação mundial foi elevada para 8,2% em 2022 e 6,6% em 2023. "As pressões inflacionárias são cada vez mais generalizadas, com o aumento dos custos da energia, transportes e outros que são transferidos para os preços", destacou o relatório.

Além dos efeitos da guerra nos preços, o aumento das taxas de juros pelos Bancos Centrais para conter a inflação e as consequências da pandemia de covid-19 também afetam a economia mundial, acrescentou o documento.

Após uma contração calculada de 5,5% em 2022, a organização reduziu a estimativa para o próximo ano na Rússia, que deve registrar resultado negativo de 4,5% em 2023. Já o crescimento da economia dos Estados Unidos seria de 0,5% em 2023, sete décimos a menos que na previsão anterior, e o da China de 4,7% (-0,2).

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