"Não temos esse problema de precisar escolher um lado. A necessidade fala mais alto". Quem conta é a artesã Josileia Vieira da Silva, 37 anos, que aproveitou para vender água e refrigerante na Esplanada dos Ministérios em meio ao desfile cívico do 7 de Setembro. O evento, que também fez alusão ao bicentenário da Independência do Brasil, contou com a presença de autoridades e reuniu milhares de pessoas após dois anos sem o tradicional desfile em comemoração à Independência do Brasil.
Durante a manhã, em Brasília, o termômetro chegou a marcar 29 ºC, com sensação térmica maior em razão da aglomeração e dos 124 dias sem chuvas no Distrito Federal, a artesã esteve acompanha do filho, Sammy, que ajudou no atendimento aos manifestantes, predominantemente vestidos de verde e amarelo.
"Vimos no desfile a possibilidade de fazer renda. A necessidade é muita. Não temos problema com questão ideológica”, disse Sammy, que é gay. "O movimento começou a melhorar agora", emendou, por volta das 11h.
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Dentro do cordão de isolamento, a Secretaria de Segurança Pública cadastrou 150 vendedores ambulantes. Quem ficou atrás do cordão não precisou se cadastrar. O evento também atraiu pessoas de outros estados para buscar o dinheirinho extra.
O pintor Lucas de Moraes, 29 anos, veio de Goiânia (GO), para vender água e refrigerante. Ele viajou de carro no início da manhã com outras quatro pessoas, também vendedores ambulantes. "Vendi oito fardos de água, mas poucos refrigerantes", comentou.
Bandeirolas artesanais
Já Naiene Silva, 30 anos, produziu com uma equipe os produtos que comercializava numa movimentada barraca de vendas de chapéus, toalhas, bandeiras e camisetas, com preços que variavam entre R$ 30 e R$ 50. Bandeirolas, mais fáceis de manejar, estavam mais acessíveis, a R$ 20.
"Eu mesma faço tudo o que vendo e trabalho somente nas manifestações com esse material", disse, em alusão aos motivos bolsonaristas presentes nos produtos estendidos no gramado da Esplanada. A moradora de Ceilândia também teve motivos para comemorar. "Vendi mais de 300 unidades do produto", destacou.
O vendedor de coco Lucas Victor Siqueira, 20 anos, chegou a 100 unidades comercializadas, a R$ 10 cada garrafa. “Compensou bastante. Bom movimento”, comentou ele, que já trabalha como autônomo.
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