Sul e Centro-Oeste foram as regiões que mais cresceram no segundo trimestre do ano, de acordo com o Índice de Atividade Econômica Regional (IBC-Br), publicado nesta sexta-feira (2/9) pelo Banco Central (BC). Sobressaíram no período o comércio, a agricultura, a construção civil e os serviços às famílias. Os números têm um cálculo diferente daquele utilizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no Produto Interno Bruto (PIB).
Entre abril e junho, o Sul foi a região que mais avançou, crescendo 2,8% na comparação com o trimestre anterior. O número alto reflete uma base comparativa baixa, já que no primeiro trimestre a região sofreu com a quebra na produção de soja. O documento atribui as altas à expansão generalizada do comércio no período, avançando em oito das 10 atividades pesquisadas, sobretudo em combustíveis e lubrificantes.
O boletim também apontou que esse crescimento é visto no mercado de trabalho, que manteve trajetória de recuperação, com destaque para indústria de transformação e comércio. “O mercado de trabalho apresenta processo consistente de retomada, com diminuição da taxa de desocupação nas três unidades federativas, favorecendo a ampliação da renda das famílias”, destaca o levantamento.
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O Centro-Oeste figurou em segundo, com o índice apresentando alta de 2,0% frente ao trimestre anterior, quando quando havia crescido 1,1%. O relatório aponta que as vendas externas da região, principalmente de exportações de soja e milho, cresceram 35,7% nos primeiros sete meses do ano. Segundo os dados, a região também teve geração de empregos formais e a inflação caiu por conta do teto do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) aprovado pelo Congresso.
Mercado de trabalho
A terceira região que mais cresceu foi a Norte, com alta de 1,5% na atividade. Assim como no restante do país, a retomada do setor de serviços impulsionou a economia. Segundo o boletim, o Norte foi a região que mais registrou recuperação no setor, com destaque para Tocantins, que teve alta de 12,7%. Esse resultado se refletiu no mercado de trabalho, que teve criação de 18,5 mil vagas formais no período. “No mercado de trabalho formal, as contratações indicaram continuidade na recuperação do emprego no segundo trimestre, com a criação de postos além da observada em igual período do ano anterior”, destaca.
No Nordeste, a elevação de 1% na atividade reflete desempenho positivo na agropecuária, construção civil, mas principalmente no setor de serviços. Segundo o boletim, o destaque vai para os serviços às famílias e o turismo que conseguiram superar os níveis pré-pandemia.
O grande destaque da região também foi a recuperação do mercado de trabalho, que registrava o maior nível de desocupação desde 2015. “Em perspectiva, o possível impacto positivo no comércio varejista das desonerações tributárias, a melhora das expectativas de empresários e consumidores e os efeitos dos programas temporários de transferência de renda devem sustentar a atividade econômica da região”, avalia o BC.
A única região que teve variação para baixo no segundo trimestre foi o Sudeste, com queda de 0,1%. O número reflete o resultado de São Paulo, que caiu 0,5%, enquanto os outros estados tiveram melhora na atividade. A economia paulista sofreu com a diminuição na expansão da indústria de transformação e quedas no comércio, serviços financeiros e prestados às empresas. No comércio, o aumento da taxa de juros pode ter contribuído para retração nas vendas de material de construção, veículos e eletrodomésticos.
Consumo das famílias
Para o terceiro trimestre, o BC vê uma expansão no consumo das famílias com o pagamento do Auxílio Brasil, que deve favorecer o comércio e o setor de serviços. “As políticas temporárias de apoio à renda podem ter efeito positivo sobre a atividade no curto prazo, contribuindo para a manutenção da recuperação do setor de serviços e do mercado de trabalho”, diz a nota.
Em todo o país, o BC também constatou os efeitos de estímulos governamentais na economia, como o saque extraordinário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), a antecipação do 13º para aposentados e pensionistas e o aumento da margem de consignação.
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