São Paulo - O ministro da economia, Paulo Guedes, disse, nesta quinta-feira (1°/9), em evento com empresários em São Paulo que o Auxílio Brasil de R$ 600 será pago de uma forma ou outra. Para o ministro, a Lei Orçamentária Anual (LOA) não poderia prever o auxílio no valor prometido por não ter fonte de recurso, mas espera a aprovação de uma parte da reforma tributária, que taxará os lucros e dividendos superiores a R$ 400 mil por mês.
Ressaltou para a plateia, composta de um público majoritariamente de apoiadores ao atual governo, que no caso do empresário que tiver lucros e dividendos superiores a R$ 400 mil, pagaria apenas sobre os excedentes a este limite, uma alíquota na faixa de 10%. Alternativamente, no caso de não aprovação do projeto pelo Congresso, resolve-se com a decretação de um estado de calamidade.
Guedes fez questão de dizer que foi, pessoalmente, o criador do Auxílio Emergencial durante o período da pandemia. Relembrou que só saiu do ministério com o valor de R$ 200 "por um imperativo moral, eu precisava pagar o mesmo que pagava o Bolsa Família", mas que foi o presidente Bolsonaro que ordenou depois subir para R$ 600.
Questionado pelo Correio quanto as privatizações prometidas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para o pagamento do auxílio, afirmou que, diferente do que disse o presidente, "isso é outra história, mas ainda vamos privatizar mais até o final do ano", sem dar mais detalhes.
Durante o evento, o ministro comemorou longamente a divulgação do resultado do primeiro semestre de 2022 do Produto Interno Bruto (PIB) do país, com registro de alta de 2,5% no semestre. Afirmou que o mercado financeiro foi pessimista e está tendo que rever as projeções constantemente.
Para o ministro, o motivo do pessimismo dos economistas seria um descolamento da realidade onde a população segue trabalhando na economia real. Afirmou que não há bombas fiscais para o próximo ano e que o Brasil nunca esteve tão bem em termos de arquitetura fiscal como hoje. Também apresentou dados quanto ao emprego, afirmando que o país gerou mais empregos totais que os Estados Unidos, no pós-pandemia.
Durante o evento na capital paulista, citou o ex-ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, candidato ao governo paulista pelo Republicanos, destacando a sua competência e foi muito aplaudido pela plateia.
Ao chegar, o ministro conversou por alguns minutos com o ex-assessor especial do Ministério da Economia, e atual coordenador da campanha de Tarcísio de Freitas, Guilherme Afif Domingos.
O evento que aconteceu na capital paulista, teve a temática da Desoneração da Folha de Pagamento e foi uma iniciativa do Instituto Unidos Brasil — grupo de empresários que reúne apoiadores de Bolsonaro entre os participantes — e que cobrou cerca de R$ 10.000 por mesa no evento.
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