A exploração de minérios no Brasil saltou de R$ 66 bilhões em 2020 para R$ 117 bilhões no ano seguinte, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), divulgados nesta segunda-feira (29/8). No mesmo período, o Saldo Mineral — diferença entre exportações e importações de minérios — equivale a 80% do Saldo Brasil.
Com 130 associados, o Ibram é uma organização nacional privada e sem fins lucrativos, responsável por cerca de 85% da produção mineral do Brasil. De acordo com as informações divulgadas hoje, os bens minerais em dólares representaram em 2021 cerca de 20,6% de todos os produtos exportados pelo Brasil. Além disso, o saldo comercial do Brasil superavitário de US$ 61,2 bilhões teve uma contribuição de 80% oriunda do setor de mineração, que foi de US$ 48,9 bilhões.
Para 2022, o cenário permanece favorável e aponta crescimento de exportações somando US$ 280 bilhões e as importações de, pelo menos, US$ 200 bilhões, resultando em um saldo comercial esperado de US$ 80 bilhões.
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Os indicadores são resultado de políticas públicas, como o Planos Nacionais de Mineração, o de 2030 e o de 2050, este último ainda em desenvolvimento. Uma das características mais relevantes do crescimento do setor é a atração de investimentos nos estados, como a Bahia, que receberá US$ 6 bilhões, ou 15% do total de investimentos até 2026, em mineração. Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Maranhão são outros exemplos.
"E recebemos crescentes propostas de investimentos", diz Rinaldo Mancin, diretor de Relações Institucionais, destacando ainda maiores investimentos, pesquisa e tecnologia para o setor. Entre as aplicações estaria o conhecimento geológico exigido para a mineração. "Esse é um dos temas prioritários para nós, que podem representar a alavancagem do nosso setor", explica.
Mancin também aponta que o desenvolvimento do setor depende do que ele classificou de modernização. "É imprescindível eliminar barreiras para a mineração, como em faixas de fronteira respeitando áreas indígenas. Não há que se falar em oposição entre essas ideias. O setor privado pode assumir isso como projeto", avalia.
"Não pretendemos a supressão de direitos constitucionais, mas precisamos discutir a exploração dessa faixa de fronteira", argumenta o presidente do Ibram, Raul Jungmann.
Publicação
Jungmann também destaca que, durante a pandemia, o setor mineral importou testes clínicos e equipamentos diversos para prevenir e combater o novo coronavírus, recursos oferecidos aos trabalhadores do segmento.
Essas e outras situações do cenário da mineração, bem como sugestões de políticas públicas para o setor mineral, foram reunidas em uma publicação com 188 páginas, lançada hoje pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), destinada a oferecer subsídios aos candidatos.