Educação

Startups brasileiras de educação focam no ensino básico

A experiência do ensino remoto durante a pandemia revelou uma grande oportunidade de negócio no setor de educação, mas também trouxe à tona as dificuldades enfrentadas por escolas, professores e alunos

A experiência do ensino remoto durante a pandemia revelou uma grande oportunidade de negócio no setor de educação, mas também trouxe à tona as dificuldades enfrentadas por escolas, professores e alunos. Nesse cenário, algumas startups decidiram criar metodologias adequadas para o ambiente virtual no ensino básico.

Em 2021, cerca de 800 líderes educacionais se reuniram no Congresso Brasileiro de Gestão Educacional para debater questões como a falta de estrutura, desigualdade social e políticas públicas insuficientes para que a educação conseguisse expandir a digitalização dos processos de ensino.

Outro conceito explorado pelos especialistas foi a transição de um mundo VUCA (sigla em inglês para "volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade") para um mundo BANI (termo usado para definir uma realidade frágil, ansiosa, não linear e incompreensível). Essas seriam as características da geração de alunos que está chegando à educação básica.

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Para sanar a falta de familiaridade de professores e alunos com o ensino a distância (EAD), pouca motivação para o aprendizado digital e adoção de uma metodologia pedagógica adequada ao meio tecnológico, cinco empresas digitais se uniram recentemente em uma solução integrada inédita no Brasil. A canadense D2L, que atua no mercado global de LMS (sistema de gestão de aprendizado), juntou-se às parceiras Amazon Web Services, Raiz Educação, Layers e Dreamshaper no projeto Coeducar, ecossistema completo para escolas de ensino básico.

A D2L entra com a plataforma, a Raíz Educação com o conteúdo, a AWS com a infraestrutura, a Layers com a comunicação e a Dreamshaper com a regulamentação e transição para o Novo Ensino Médio, que começa a ser introduzido ainda este ano.

Com 20 mil alunos já plugados de maio para cá, o grupo focou primeiro no ensino privado, mas o objetivo é chegar ao ensino público em 2023. Uma preocupação foi a acessibilidade, já que grande parte dos lares brasileiros ainda não tem internet de qualidade. "O aplicativo é leve, roda tranquilamente em um 3G", diz a diretora de canais e novas parcerias da D2L, Eline Cavalcanti.

Ela afirma que houve um cuidado na construção do produto, principalmente para que o conteúdo saísse um pouco do padrão tradicional, com referências mais frescas, trazendo o que está acontecendo na atualidade", diz a diretora.

Outra que saiu à frente na entrega de uma educação digital funcional é a plataforma Tindin, fundada em 2018 pelos sócios Eduardo Schroeder e Fábio Rogério, de Maringá (PR). Originalmente uma startup de educação financeira, a empresa nasceu no modelo B2C (Business to Consumer) e mudou em 2020 para o B2B (Business to Business).

"Nosso propósito era - e continua sendo - educar toda criança para a vida, porque já acreditávamos que os modelos tradicionais de ensino eram muito conteudistas e pouco focados na vivência e aplicação prática do conhecimento", diz Schroeder, especialista em negócios e CEO da empresa. O pacote da Tindin inclui um metaverso com gamificação imersiva com conteúdos de educação financeira, educação para o consumo e pensamento computacional.

Hoje a Tindin é um ecossistema de aprendizagem com foco naquilo que o aluno de fato aprende, e não no que é ensinado, segundo Schroeder. A plataforma atende mais de 2,6 mil instituições de ensino, a maioria privada. Mas vai começar a atender o setor público.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

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