O lucro das empresas de capital aberto na Bolsa de Valores registrou uma queda de 44,5% no segundo trimestre de 2022 na comparação com o mesmo período de 2021, passando de R$ 66,4 bilhões para R$ 36,9 bilhões. Os dados são do levantamento feito pelo TradeMap com valores no padrão contábil, sem ajustes extraordinários ou correção pela inflação.
Foram consideradas 321 empresas com ações listadas na B3 com demonstrações financeiras disponíveis no segundo trimestre de 2021 e de 2022. A amostra desconsidera os resultados de Petrobras, Vale, Braskem e Suzano, tendo em vista que as empresas registaram lucros historicamente elevados, com distorções para a análise geral.
A receita operacional líquida das empresas atingiu R$ 782,5 bilhões no segundo trimestre, alta de 24,2% na comparação anual. O custo de produtos vendidos (CPV) teve um crescimento de 29,3% e acompanhou de perto a expansão da receita.
Saiba Mais
O levantamento ainda revela que a despesa financeira das empresas consideradas aumentou 151,6% no 2º trimestre de 2022, para R$ 76,6 bilhões, em meio à pressão imposta pela valorização do dólar em relação ao real, com efeito sobre dívidas em moeda estrangeira. A dívida líquida das companhias, por sua vez, aumentou 42,5%, enquanto o caixa ficou praticamente estável, ao avançar apenas 1,8%.
Energia elétrica
Apesar da queda de 34,4% em relação ao desempenho de abril a junho de 2021, o setor mais lucrativo da amostra foi o de energia elétrica que, com 40 empresas, acumulou lucro de R$ 8,91 bilhões no segundo trimestre de 2022. Do lado negativo, chamou atenção a queda de 61,6% do lucro das oito empresas de siderurgia e metalurgia.
Adicionando as empresas não financeiras (Petrobras, Vale, Braskem e Suzano), o lucro acumulado das companhias da Bolsa chegou a R$ 120 bilhões no segundo trimestre de 2022, valor 28,1% abaixo ao do mesmo período de 2021.