Uma das questões levantadas pela sociedade é se a redução dos preços de combustível vendido às distribuidoras representarão um alívio ao bolso dos consumidores. De acordo com Paulo Tavares, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes do Distrito Federal (Sindicombustíveis-DF), os postos não são obrigados a repassar a redução ao preço final, mas há expectativa de baixa.
“Não dá pra afirmar nada porque não tabelamos preços, nem fazemos levantamento de nada. Esperamos os resultados divulgados pela Agência Nacional de Petróleo (ANP). Não há nada na lei que obrigue os postos a baixarem imediatamente, a transferir as reduções nas refinarias ao preço final vendido nos postos. Porém, na prática sempre vai até o consumidor final, ele sempre é beneficiado.”
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A partir desta terça-feira (16/8), o preço médio do litro de gasolina vendido às distribuidoras passa de R$ 3,71 para R$ 3,53, 4,85% a menos. O preço final vendido ao consumidor deve diminuir cerca de R$ 0,13 por litro, considerando a composição de gasolina comercializada no país — 73% gasolina e 27% etanol. O preço do diesel também foi bastante reduzido. No início de agosto, o valor praticado era R$ 5,61, porém já está em R$ 5,19, R$ 0,42 a menos.
Para Tavares, as reduções são positivas aos postos e ajudam a questão inflacionária. “Para essa baixa, a Petrobras tem uma coerência com a realidade mundial de preços e ajuda a conter a inflação. Na minha opinião, não é o melhor, defendo um sistema misto entre política internacional e nacional, mas conforme é adotado hoje, está sendo bem feito.”
Período de cautela
O presidente do Sindicombustíveis-DF destacou também haver espaço para novas reduções no preço praticado nas refinarias, mas disse que a petroleira está sendo cautelosa devido à volatilidade do mercado.
“Hoje, as cotações indicavam espaço para diminuir mais R$ 0,25 no diesel e R$ 0,15 na gasolina. Se pensar que há dois anos o preço final vendido ao consumidor era cerca de R$ 3, ainda estamos longe do ideal. No entanto, a Petrobras tem adotado medidas sazonais e não diárias, o que ajuda a amenizar o impacto das mudanças constantes e evita um pouco a volatilidade do mercado”, afirmou.
Paulo Tavares ressaltou que o problema da política de preços da estatal é o atraso nas decisões para subir os valores. “Tudo que se refere a baixa nos últimos meses tem sido coerente. O problema é quando há alta internacional e demoram para mudar.” “Quando o mercado internacional estava em alta no primeiro semestre, chegou a demorar 60 dias para aumentar o preço, para não atingir muito o consumidor e para não atingir a imagem do atual governo”, completou.
*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro