Coordenador da Rota da Fruticultura da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride-DF), Luiz Curado conta que o fomento à cultura de frutas vermelhas foi a ação definida para desenvolver o campo no entorno do DF.
A fruticultura local foi tema da edição desta sexta-feira (5/8) do CB.Agro, programa realizado pelo Correio Braziliense em parceria com a TV Brasília.
O gestor destacou o potencial para geração de empregos em pequenas propriedades ao fomentar a cultura de "berries”, nome dado às frutas vermelhas no mercado internacional.
“São grandes geradores de emprego no campo e para pequena propriedade. Mapeamos a região e temos 27 mil pequenas propriedades, sendo um pessoal desassistido, que não tinha uma atividade econômica específica, não tinha um planejamento. Então, criamos esse projeto de criar o polo na Ride-DF”.
A Rota da Fruticultura da Ride-DF começou em 2019 e movimentou a agricultura familiar, com o estímulo a frutas vermelhas, jabuticaba e açaí. A área de atuação conta com 33 municípios, sendo 29 de Goiás e 4 de Minas Gerais, além do DF — uma área um pouco menor do que a do estado de Pernambuco.
Para Curado, o incentivo ao cultivo de frutas vermelhas é importante para a economia local e já é exemplo de sucesso em outros países sul-americanos. “Acompanhamos a evolução do mirtilo no Peru, que em cinco anos saiu do nada para se transformar um dos grandes exportadores de frutas do mundo, mais de US$ 6 bilhões só em mirtilo. Então podemos seguir o caminho”, comparou.
Além dos “berries” que circulam internacionalmente, mirtilo, amora preta, morango e framboesa, a rede expandiu a produção com bens típicos nacionais. As adições foram jabuticaba e açaí.
Açaí
Uma das questões relacionadas à produção de açaí é a condição climática. O item é historicamente ligado ao Norte do país devido ao clima úmido propício ao açaí, contexto oposto à seca do cerrado. Segundo Luiz Curado, a Embrapa Oriente, do Pará, desenvolveu uma variedade de açaí chamada Pai d'Égua, que é adaptada para o clima do Centro-Oeste e já está sendo plantada.
“Claro que vai precisar de irrigação no período de seca, mas também teremos produtividade. Na pequena área, a gente não quer gerar renda, a gente quer riqueza, ou seja, não basta pagar as contas. Queremos que o dinheiro possa ser reinvestido, que possam educar seus filhos, investir na terra, etc.”
Segundo Curado, no Vale do São Francisco, “temos essa experiência. Uma propriedade de 80 hectares com Camaro GT (carro de luxo) na porta”. “O cara colocou os três filhos na faculdade e chegou lá de bicicleta. Por que não fazemos isso aqui nessas 27 mil propriedades?”, completou.
Confira a entrevista completa:
*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro