São Paulo – Primeira ministra do Reino Unido entre 2016 e 2019 e membro do parlamento britânico desde 2017, Theresa May reconhece que ser líder não é uma tarefa fácil. De acordo com ela, o avanço do populismo é preocupante, porque esse tipo de líder não é verdadeiro, pois não está preocupado com a verdade e com os problemas econômicos atuais.
“Estamos vendo um grande número de líderes populistas, que falam em respostas fáceis para tudo. Líderes são pessoas que precisam ser honestas. Líderes verdadeiros não oferecem respostas fáceis”, frisou a ex-primeira-ministra, nesta quinta-feira (4/8), em palestra no segundo dia da feira Expert XP 2022, organizada pela XP Investimentos em São Paulo.
Para May, os líderes precisam ter conversas sinceras em um mundo de grande volume de informações circulando com extrema rapidez. “Não existem soluções únicas. Precisamos enxergar a importância de não só buscar respostas fáceis. Ser líder não é só chegar na manchete, mas fazer a coisa certa”, afirmou, em teleconferência no painel dedicado a ela para debater sobre o mundo atual e seus desafios.
Saiba Mais
Meio ambiente
A política britânica reconheceu que o momento atual é bastante difícil, mas defendeu a necessidade de uma preocupação e um comprometimento dos países com medidas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa para não desviarem dos compromissos assumidos durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima realizada em Glasgow, na Escócia, em 2021, a Cop26.
“Precisamos nos preocupar com as mudanças climáticas e temos que fazer a relação da transição energética na Europa, a fim de avançar na redução de emissões de gases de efeito estufa buscando custos mais baixos”, explicou. Segundo ela, o Reino Unido está bastante comprometido em reduzir o uso da energia a carvão e buscando o aumento do uso da energia verde, principalmente a eólica. “As metas de 2050 precisam ser alcançadas”, frisou.
A ex-primeira-ministra fez ainda um alerta sobre a conscientização das pessoas sobre os riscos econômicos dos efeitos climáticos e para foco na transição ambiental para ajudar no crescimento econômico. “É preciso mudar a mentalidade das pessoas e pensar diferente no futuro”, ressaltou.
No caso do Brasil, que está no meio de um ano eleitoral, Theresa May evitou dar conselhos ao novo governo que vencer nas urnas em outubro, mas destacou a importância da floresta amazônica nesse contexto de crescimento econômico e de transição energética.
“O mundo se preocupa com a Amazônia. Ela é uma parte importante do meio ambiente mundial e queremos que a floresta possa ser preservada”, afirmou. “O Brasil deu um passo importante na Cop26 quando assinou o acordo e esperamos que ele cumpra o compromisso”, destacou.
*A jornalista viajou a convite da XP Investimentos