Conjuntura

Mercado age com volatilidade à espera da decisão do Copom

Ibovespa encerrou o pregão com avanço 0,40%, aos 103.774 pontos. Dólar comercial, que operou durante todo o dia entre perdas e ganhos, teve recuo de R$ 0,02%, a R$ 2,27

O mercado operou nesta quarta-feira (3/8) com bastante volatilidade à espera da decisão de política do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central do Brasil. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), encerrou o pregão com avanço 0,40%, aos 103.774 pontos.

Os papéis ligados à commodities fecharam majoritariamente em queda, acompanhando o desempenho desses produtos no exterior. Por outro lado, a sustentação do índice se deu pelo desempenho positivo das ações ligadas à economia local, que estão descontadas no ano. Petrobras ON registrou queda de 0,55%, enquanto Petrobras PN avançou 0,15%. PetroRio avançou 1,58% e 3R Petroleum caiu 0,61%.

A moeda norte-americana também operou entre perdas e ganhos. Na máxima do dia, o dólar comercial chegou a ser vendido a R$ 5,31, mas encerrou a sessão com leve recuo de R$ 0,02%, a R$ 2,27.

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Freio na economia

A alta dos preços nos EUA deve forçar o Federal Reserve (Fed), banco central americano, a seguir aumentando os juros no país. Sempre que há taxas mais altas por lá, os investidores internacionais costumam deixar os países emergentes e dar preferência aos títulos do Tesouro americano, considerados os ativos mais seguros do mundo. A tendência, segundo os analistas, é de que o mercado financeiro reaja com quedas das bolsas de valores ao redor do mundo, alta nos juros futuros e valorização do dólar contra moedas emergentes.

Para o economista-chefe da Valor Investimentos, Piter Carvalho, o BC deve copiar a estratégia do Fed de avaliar os dados para tomar novas decisões. “Isso tudo deve frear a economia. Menos investimentos devem ser feitos, ainda mais nesse momento de instabilidade política. Então, os empresários adiam cada vez mais seus investimentos dado o cenário de juros altos”, disse.

Ele acrescentou que as medidas do governo já impactaram em uma queda na inflação no último mês, com a redução dos impostos dos combustíveis e do setor elétrico. “Mas tudo isso foi, de certa forma, um gol de mão do governo em pleno ano eleitoral. Todos esses juros que subiram ao longo dos últimos 12 meses ainda não fizeram efeito na inflação e o governo teve que atacar do outro lado”, destacou. O economista ainda lembrou que as variáveis externas ainda continuam.

As tensões geopolíticas entre os EUA e a China ainda estão no radar, se intensificando devido à visita da presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, a Taiwan.

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