Jogos Eletrônicos

Ex-presidente Lula recebe cartilha de gamers com propostas e demandas do setor

A ideia é entender esse segmento como um produto cultural e desenvolver o mercado nacional por meio de formação, emprego, incentivo à indústria, inclusão e diversidade

Tainá Andrade
postado em 23/08/2022 18:38
 (crédito: Ricardo Stuckert/Divulgação)
(crédito: Ricardo Stuckert/Divulgação)

Pelas redes sociais, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato ao Planalto, divulgou uma cartilha entregue a ele por gamers com propostas e demandas de políticas públicas para o setor de videogame e entretenimento eletrônico no país. O Brasil é o décimo no mundo que mais gera lucro por meio dos jogos digitais, o segmento atinge 74,5% dos brasileiros, sendo que a maioria está entre pessoas pretas ou pardas (49,4%) e mulheres (51%), de acordo com a Pesquisa Game Brasil (PGB) de 2022.

Na cartilha "intitulada Lula Play", entregue por um grupo de representantes dos profissionais da área de videogames ao prresidenciável, foi destacado que o governo de Jair Bolsonaro (PL) foi o que menos direcionou recursos via editais, o que reduziu, segundo o documento, em R$ 400 mil a arrecadação para o setor. O argumento ataca diretamente um dos pontos de reforço da campanha à reeleição do atual presidente com os jovens — Bolsonaro chegou ao quarto corte de imposto na importação de videogames e acessórios.

“Os jogos divertem, mas também têm que ser levados a sério, pois são uma indústria que gera emprego e renda. Não basta reduzir impostos dos produtos, é preciso investir e profissionalizar o setor de games”, alertou a equipe do Lula no perfi do petista pelo Twitter.

Legado

O documento relembra que, em 2003, o ex-ministro da Cultura do governo petista, Gilberto Gil, foi o primeiro a tocar no assunto. “Após 19 anos de suas primeiras ações de fomento para o setor de jogos digitais em nível federal, hoje se encontra num de seus níveis mais baixos historicamente. Dos programas de apoio ao setor, o único que se manteve foi a ação de internacionalização da ApexBrasil (que está no sexto ciclo bianual)”, argumenta.

“Um edital público para desenvolvedores de jogos em Brasília cortou incentivos para São Paulo por desavenças políticas com o governo estadual e reduziu drasticamente as bolsas universitárias para pesquisa e desenvolvimento nas instituições de ensino. Num movimento contrário, favoreceu o filho mais novo do presidente da República, Renan Bolsonaro, envolvido num escândalo relacionado a uma empresa no Distrito Federal vinculada a eventos e eSports”, continua.

De acordo com a cartilha, o mercado de games deve ser visualizado como uma uma forma de “fomento à cultura, geração de empregos e evolução tecnológica”. Portanto, uma das ideias principais é fortalecer o mercado nacional do setor e não focar apenas em investimento estrangeiro. Com isso, querem aumentar a quantidade de agentes que atuam no segmento.

“Esse é um produto da indústria cultural. Assim, esse mercado pode ser trabalhado pela ótica do consumo, através dos seus jogadores, e pelo setor produtivo, composto pelos empreendedores e os trabalhadores desenvolvedores, conhecidos como game devs”, assegura.

O documento é dividido em cinco eixos principais — formação e emprego, inclusão e diversidade, educação, soberania digital e indústria — e a intenção é de que haja a incorporação das ideias ao plano de governo Vamos Juntos pelo Brasil, da chapa Lula-Alckmin.

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