O autor e empreendedor britânico John Elkington defendeu nesta quarta-feira (17/8) que o Brasil estará nos holofotes nos próximos anos devido ao movimento da economia verde, e que grandes mudanças sistêmicas nós próximos anos serão "inevitáveis". Elkington é considerado pioneiro na discussão sobre sustentabilidade em empresas e na economia e afirma que, após 50 anos de atuação, o negócio da sustentabilidade "agora está começando a inflar".
"Vocês estão muito mais nas notícias internacionais por causa das eleições. É uma eleição importante", disse Elkington. "Não fiquem surpresos se o resto do mundo começar a prestar muito mais atenção ao que acontece no Brasil", completou.
Elkington participou hoje do Fórum Encadear, realizado pelo Sebrae em São Paulo. Também estavam presentes o presidente do Sebrae, Carlos Melles, o CEO da Aurora Alimentos, Neivor Canton, o secretário especial de produtividade e competitividade do Ministério da Economia, Alexandre Ywata, e o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite.
Sobre o Brasil, o autor afirmou que as empresas estrangeiras têm uma visão mista. Se por um lado, elas apontam problemas como altos índices de emissão de gases estufa e falta de transparência, por outro, o país tem grande parcela de sua energia vinda de fonte limpa e alto potencial para seus recursos naturais.
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Crise de energia
Segundo Elkington, a próxima onda da sustentabilidade será baseada em garantir segurança e defesa para os pais. Ele cita o exemplo da crise dos combustíveis desencadeada pela guerra entre a Rússia e a Ucrânia, e também a consideração de insegurança na produção de alimentos vivida por alguns países.
"Se os governos estivessem fazendo seu trabalho direito e agido 20 anos atrás, não estaríamos vivendo a crise de energia que estamos vivendo agora", disse o empreendedor. "A pandemia em muitas formas ajudou. É uma coisa horrível de se dizer, o custo de vida foi muito alto, mas os mais jovens acordaram para problemas sistêmicos que existem."
Elkington avaliou ainda que as mudanças sistêmicas são inevitáveis nos próximos anos, mas há dúvidas se o processo será liderado por políticos ou pelo setor privado. "Mas líderes de negócio não são eleitos, e nós temos que tomar muito cuidado com a profundidade da participação deles nesse processo", alertou.
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