O presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg), Dyogo Oliveira, afirmou que o objetivo da entidade é buscar soluções para tornar os seguros mais acessíveis à população. Segundo ele, a principal mensagem do setor “é a necessidade da ampliação da parcela da sociedade que tem acesso a esse produto”. Ele foi o entrevistado desta terça-feira (9/8) do CB.Poder — programa do Correio em parceria com a TV Brasília.
Dyogo também pontuou na entrevista que o senso comum de que os seguros são caros deve ser desmistificado. “Existem vários tipos de seguros que são muito baratos. O seguro residencial, por exemplo, é um seguro muito barato. Está em torno de R$ 300 a R$ 400 por ano para um apartamento de R$ 800 mil, R$ 500 mil de valor. É um valor muito baixo, e junto com ele vêm outras assistências. Você, quando tem algum problema elétrico, ou hidráulico em casa, pode acionar algum assistente, que (sem seguro) sairia muito mais caro”, exemplificou.
Rol taxativo
O presidente da CNSeg ainda fez críticas à possível derrubada do rol taxativo no Congresso Nacional. O tema é alvo de polêmicas e a proposta, que deve ser analisada ainda nesta semana no Senado, pretende invalidar uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que desobrigava os convênios de garantir tratamentos fora da lista de tratamentos e procedimentos do rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Segundo ele, isso poderia causar um aumento no preço dos planos de saúde, o que poderia elitizar ainda mais os planos.
“(O rol) nunca foi taxativo. O rol é evolutivo. Todo mês, a ANS faz atualizações desse rol com base em uma metodologia científica e técnica, com a comprovação da eficácia e da eficiência deste produto e isso vai acontecendo permanentemente. Nunca houve essa questão do rol ser um estanque, como se fosse uma 'lista' que não se altera”, argumentou Oliveira.
De acordo com ele, a proposta de “exemplificação” do rol, poderia dificultar ainda mais a possibilidade de planos mais acessíveis à população de média e baixa renda.
“Eu temo que os custos dessa incerteza transformem o acesso aos planos de saúde para pessoas de renda muito alta. O que a gente quer é exatamente o oposto. A gente quer que o sistema de saúde suplementar seja mais flexível, que a gente possa ter planos adequados para cada nível de renda”, concluiu.
Carta aos presidenciáveis
Para levantar as questões trazidas durante o programa, a CNSeg enviou uma carta de propostas para todos os presidenciáveis que disputarão as eleições de outubro deste ano. De acordo com o presidente da entidade, o foco deve estar na promoção de seguros acessíveis à toda a população.
“O nosso objetivo é popularizar e democratizar o acesso ao seguro. O seguro é um bem superior. É um bem que, quanto mais é sofisticada a economia e mais desenvolvido é o país, mais você consome esse seguro”, pontuou.
Outra ideia levantada por Dhyogo Oliveira é a cobertura para desastres nacionais. De acordo com o presidente da CNSeg, se houvesse um seguro específico para desastres naturais, as perdas nessas tragédias seriam bem menores.
“A cada ano se repetem esses desastres. Então, é possível construir um seguro social. A gente está desenvolvendo essa proposta para levar ao governo. Um seguro que vai atender as pessoas nesse momento do desastre natural. Seria um seguro de natureza obrigatória, onde todas as casas, todos os imóveis teriam que pagar, e aí fica um valor baratinho. Uns R$ 5. Poucos reais”, comentou.
*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro
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