Fertilizantes

Poder de compra de fertilizantes piora em julho, indica levantamento

O Índice de Poder de Compra de Fertilizantes fechou o mês de julho em alta. Apesar da retomada econômica, a recessão global preocupa o setor

João Gabriel Freitas*
postado em 08/08/2022 17:02
O mês encerrou com cotações de commodities em recuperação, porém não a suficiente para cobrir a baixa total de julho -  (crédito: Breno Fortes/CB/D.A Press)
O mês encerrou com cotações de commodities em recuperação, porém não a suficiente para cobrir a baixa total de julho - (crédito: Breno Fortes/CB/D.A Press)

Os fertilizantes se tornaram menos acessíveis em julho. O Índice de Poder de Compra de Fertilizantes (IPCF) fechou o mês em 1,85, 0,16 a mais em relação ao mês anterior. O IPCF é divulgado mensalmente pela Mosaic Fertilizantes e estabelece a relação entre indicadores de preços de fertilizantes e de commodities agrícolas.

Um parâmetro menor que 1,0 corresponde à maior acessibilidade de fertilizantes em comparação ao mesmo período de 2017. Já um levantamento menor que 1,00 significa que os adubos estão menos acessíveis em comparação com o mesmo período.

O mercado sinaliza para uma junção de fatores atrelados ao aumento. Apesar da retomada econômica parcial em decorrência da flexibilização da pandemia, o mundo se preocupa com o perigo de uma recessão global.

O que alavanca o temor é a crise inflacionária estadunidense. Em 27 de julho, o Federal Reserve (FED), banco central americano, subiu pela quarta vez taxa básica de juros desde 2018. A adição de 0,75 ponto percentual eleva o juros nacionais ao maior número desde a década de 70 — o intervalo entre 2,25% e 2,59% ao ano.

Outra questão latente é a redução de indicadores financeiros da China. O país asiático registrou Produto Interno Bruto (PIB) abaixo do esperado no segundo trimestre deste ano. Era natural um rendimento mais fraco, pois houve bloqueio em várias cidades devido aos novos surtos de covid-19.

No entanto, a alta de apenas 0,4% no trimestre encerrado em junho, ficou distante de 1%, marca esperada pelo mercado. Também foi o pior resultado da série histórica, iniciada em 1992, desconsiderando queda brusca de 6,9% no primeiro trimestre de 2020, auge da pandemia.

O cenário de alerta trouxe à tona uma série de ações conservadoras, que favorecem a alta do dólar e dificultam a gestão dos fundos de investimento. Isso culminou em uma queda no valor das commodities agrícolas, principalmente algodão e soja.

O mês encerrou com cotações de commodities em recuperação, porém não a suficiente para cobrir a baixa de julho. O custo dos fertilizantes diminuiu em julho, em parte pela retração do nitrogênio, por problemas climáticos nos Estados Unidos. Dificuldades que podem, inclusive, atrapalhar a safra de soja dos norte-americanos.

*Estagiário sob supervisão de Mariana Fernandes.

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