Julio Hegedus Netto, economista-chefe da Mirae Asset Brasil, destacou a importância da manutenção do patrimônio histórico para a atividade turística no país. O setor foi tema do seminário Correio Talks, evento promovido pelo Correio Braziliense, nesta quinta-feira (4/8), com apoio da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Segundo o economista, países que são referências em atividades turísticas baseiam a receptividade em patrimônio histórico. “Por onde você anda em Portugal, você vê história se manifestando, antiguidades, o passado. É um outro tipo de turismo.”
“É importante que a gente encare o turismo como política de estado. É importante como ele gera renda, externalidade positiva para o país. Portugal é um país pobre, no entanto, sua institucionalidade permite um bem-estar social que temos que correr atrás para ter. O Brasil tem muito mais recursos, mais belezas naturais, muito mais potencialidade turística. Mas acho que nosso problema é governança”, disse Hegedus Netto.
No entanto, Hegedus Netto ponderou que, apesar dos recursos nacionais, problemas sociais distanciam o Brasil de países com destaque na atividade turística. “Temos um país esplendoroso, mas há questões como a segurança. Por exemplo, o Rio de Janeiro, uma porta de entrada para o mundo, mas como visitar na situação atual? Me chama a atenção a violência urbana nas grandes cidades do país", lamentou.
Força do turismo
Julio Hegedus Netto ressaltou a força do turismo para a economia mundial, responsável por 10,4% do PIB global. De acordo com o economista, em âmbitos nacionais, além do aspecto diretamente atrelados à arrecadação, o setor se mostrou essencial gerador de empregos.
Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), o Índice de Atividades Turísticas (IAT) cresceu 50,2% no primeiro semestre. Outro aspecto interessante é que das 277,9 mil vagas de emprego geradas em junho, 35 % vieram de atividades ligadas ao turismo (alimentação, alojamentos, transporte aéreo, e agências de turismo).
Julio finalizou defendendo que a relevância do fluxo doméstico tem alavancado o turismo no país. "O IAT no Brasil subiu 50% no primeiro semestre. Estudando os dados observei que boa parte disso são do turismo doméstico. Viagem internacional ainda é uma ambição cara. Para mim, o que mais impacta é a alta do petróleo, dos combustíveis. As passagens estão muito caras. Mas claro que a retomada é muito forte no mundo inteiro, inclusive internamente.”
*Estagiário sob supervisão de Pedro Grigori
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