Amarildo da Costa Oliveira, o "Pelado", Oseney da Costa de Oliveira e Jefferson da Silva Lima foram formalmente denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) por duplo homicídio qualificado por motivo fútil e ocultação dos corpos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, nesta quinta-feira (21/7).
O MPF apresentou a denúncia à Subseção Judiciária Federal de Tabatinga (AM), onde o processo tramita. A cidade é a maior da região da tríplice fronteira entre o Brasil, Peru e Colômbia, local de onde ambos partiram para visitar uma área indígena onde Dom entrevistaria moradores, na Terra Indígena Vale do Javari, a segunda maior do país, com mais de 8,5 milhões de hectares, abrigando povos isolados.
Ao lado de Bruno, Dom pretendia obter informações para uma reportagem sobre invasores de territórios indígenas e pesca ilegal, entre outros crimes contra povos indígenas. Eles desapareceram em 5 de junho e os corpos encontrados 10 dias depois, enterrados numa área de mata fechada, a cerca de 3 quilômetros da calha do Rio Itacoaí.
De acordo com a denúncia assinada por cinco procuradores da República, Pelado e Lima confessaram ter participado do crime. Já Oliveira foi caracterizado como parte do grupo a partir dos depoimentos de testemunhas. Entre as provas, estão cópias de mensagens de aplicativos que os réus enviaram uns aos outros.
Bruno teria sido morto com três tiros, sendo um deles pelas costas. E Dom, vítima na emboscada preparada para o indigenista.