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Sebrae-DF aposta no despertar empreendedor da nova geração

Segundo o superintendente da entidade, Valdir Oliveira, a pandemia funcionou como uma alavanca para os projetos destinados aos jovens

Com programas específicos e uma parceria firmada com a Secretaria de Educação do Distrito Federal, o Sebrae-DF tem como atual foco "despertar o empreendedorismo" entre crianças e adolescentes. "Nossa aposta é na nova geração", disse o superintendente da entidade, Valdir Oliveira, ao CB.Poder, programa do Correio em parceria com a TV Brasília. Ele também ressaltou a necessidade de amparar os micro e pequenos empreendedores brasileiros, grupo fortemente prejudicado durante o período mais crítico da pandemia da covid-19.

"Estamos fazendo um grande esforço para resolver o problema imediato dos empreendedores, mas não esquecemos nosso futuro. Nosso investimento na educação empreendedora é mais ou menos como uma preocupação de dizer: vamos cuidar da Brasília de hoje, mas preparar a Brasília do futuro", disse Oliveira.

Segundo o superintendente, a pandemia funcionou como uma alavanca para os projetos destinados ao público infanto-juvenil: "Como as crianças estavam em casa e precisamos atuar fortemente nesses canais digitais, trabalhamos com muita atenção".

"Só no ano passado, atendemos 170 mil crianças nas escolas públicas no DF. Nos últimos três anos, atendemos mais crianças do que em toda a história da educação empreendedora do Sebrae-DF. Nossa diretoria tem como prioridade atuar com a educação porque queremos preparar a próxima geração. Com a pandemia, decidimos nos dedicar ainda mais, porque era um momento importante, de reflexão", afirmou.

Valdir Oliveira apontou para o resgate da tendência para o empreendedorismo que, de acordo com ele, todos têm, mas é reprimida ao longo da vida. "A vocação empreendedora vai ficando adormecida, mas os especialistas dizem que ela não some. O que precisamos fazer é despertá-la. Então, no nosso programa de educação empreendedora, trabalhamos com crianças do primeiro grau (ensino fundamental), do segundo grau (ensino médio), e também tem uma participação nas universidades", explicou.

Ele ainda ressaltou que a geração atual já começou a pautar os novos hábitos de consumo, e que a mudança exige rápida adaptação dos empreendedores. "Se as empresas não entenderem esse jogo, o que vai acontecer? Temos uma frase lá no Sebrae que é uma máxima nossa: em crise, o dinheiro não some, ele muda de mão. Ele sai da mão de acomodado e vai para a mão do que decidiu se adaptar à nova realidade. Nesse momento de pandemia, a decisão de consumo mudou e incorporou a agilidade e a comodidade", observou.

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Retomada

Para o representante do Sebrae, a pandemia também trouxe uma grande concentração de consumo nos médios e grandes negócios. "Nós precisamos, nessa retomada, buscar e fortalecer o pequeno. Hoje, ele está numa dificuldade enorme porque os estudos dizem que ele não suporta mais de 27 dias sem faturamento, e passaram-se meses. Então, posso dizer que praticamente todos quebraram, enquanto os médios e os grandes concentraram e aumentaram seu faturamento", disse ele.

Entre as mais duras consequências citadas por Oliveira está o endividamento dos pequenos negócios "Aqueles que tiveram acesso a crédito, hoje, estão com um grande problema, porque a economia está trazendo muita oportunidade de faturamento, mas a operação comercial e o fluxo de caixa estão totalmente comprometidos", afirmou.