O Ministério da Economia reduziu a estimativa da inflação para 2022, passando de 7,9% para 7,2%. Os dados são do Boletim Macrofiscal, divulgado nesta quinta-feira (14/7) pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do ministério. É a primeira vez neste ano que o governo reduz a estimativa para a inflação. Em março, a previsão havia sido elevada de 4,7% para 6,55% e em maio passou a prever alta de 7,9%.
O anúncio foi feito logo após a aprovação pelo Congresso da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) das bondades, que amplia e aumenta os gastos com benefícios sociais, como o Auxílio Brasil. A queda na projeção coincide com a redução de impostos cobrados sobre itens essenciais, como combustíveis e energia elétrica, que têm peso importante na composição da inflação oficial do país e afetam indiretamente o preço de diversos produtos. Com a aprovação da PEC serão injetados R$ 41,2 bilhões na economia até o final do ano.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, acumula alta de 11,73% nos últimos 12 meses encerrados em maio, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A estimativa para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do país neste ano também foi revisada para cima, passando de 1,5% para 2%. Se confirmada, a economia brasileira terá movimentado R$ 9,7 trilhões até o final deste ano. No primeiro trimestre deste ano, o PIB cresceu 1%, em comparação aos três meses anteriores. Para 2023, as estimativas do governo para o crescimento do país permaneceram em 2,5%.
“Os dados de mercado de trabalho e de investimento auxiliam na fundamentação das projeções de crescimento para 2022 e 2023. Ao mesmo tempo, existem riscos neste ano a serem monitorados, notadamente a guerra na Ucrânia e seus impactos na economia brasileira e no crescimento global, tais como possíveis quebras de cadeias globais de valor afetando a oferta, deterioração das condições financeiras e efeitos do conflito sobre o comércio internacional e o balanço de pagamentos do Brasil. Além disso, os impactos decorrentes da pandemia sobre o crescimento econômico e a inflação continuam sendo avaliados”, destaca o Boletim.