Uma das mulheres mais ricas do mundo, a bilionária gaúcha Lily Safra morreu aos 87 anos em Genebra, na Suíça, ontem. A causa da morte não foi informada. O sepultamento ocorrerá amanhã, às 10 horas, em Genebra.
Ex-mulher de Edmond Safra, banqueiro morto em 1999, a viúva tinha uma fortuna de US$ 1,3 bilhão (cerca de R$ 6,8 bilhões, na cotação de sexta-feira), conforme lista anual da revista Forbes. O patrimônio foi herança deixada por Safra, que morreu em um incêndio criminoso em Mônaco. Na ocasião, o caso alimentou teorias conspiratórias, mas o enfermeiro que cuidava do bilionário foi considerado culpado pela morte.
Safra foi o quarto marido de Lily, com quem se casou em 1976. Antes, foi casada com o empresário Alfredo Monteverde, fundador do Ponto Frio e encontrado morto em 1969 no próprio apartamento com dois tiros. Então, a viúva herdou e assumiu os negócios da rede varejista e, em 2009, ela vendeu sua participação no Ponto Frio para o Grupo Pão de Açúcar por R$ 824,5 milhões, ampliando o patrimônio.
Origem
Lily é filha de imigrantes russos e nasceu no Rio Grande do Sul. Apesar de modestos, os pais não economizaram em sua educação. Desde cedo, aprendeu a falar inglês e francês. Gostava de se vestir com elegância e frequentar festas. Foi em uma delas que conheceu o primeiro marido, o argentino Mario Cohen, com quem se casou aos 19 anos. Desse casamento, teve três filhos: Adriana, Eduardo e Claudio, que morreu em acidente de carro em 1989.
Em 2008, Lily participou do que até então foi a transação imobiliária mais cara do mundo, vendendo a mansão Vila Leopoldina, na Côte d'Azur, sul da França, por US$ 1,2 bilhão a um bilionário russo. Em 2012, a filantropa realizou um leilão beneficente de suas jóias, arrematando US$ 37,5 milhões com organização da Christie's. O dinheiro arrecadado seria utilizado na busca por cura para doenças raras, como a doença de Parkinson.