De janeiro a maio, a dívida pública bruta aumentou R$ 131,6 bilhões, totalizando R$ 7,1 trilhões, novo recorde, devido ao aumento dos juros, conforme dados do Banco Central. Como proporção do Produto Interno Bruto (PIB), a dívida caiu de 79,8%, em abril, para 79,2%.
Segundo especialistas, um dos principais motivos da queda percentual da dívida é contábil e reflete a alta da inflação, que corrige o PIB Nominal, o denominador no cálculo. De acordo o BC, apenas a correção do PIB Nominal, que passou para R$ 9,081 trilhões em maio, reduziu a dívida bruta em um ponto percentual.
Já o aumento nominal da dívida em R$ 131,6 bilhões reflete o forte crescimento dos gastos do governo que, apesar do aumento da arrecadação, não consegue cobrir as despesas tradicionais e as que foram criadas pelo pacote de benefícios da chamada PEC Kamikaze. Analistas alertam que, em 2023, quem ganhar as eleições terá dificuldade de cortar esses novos gastos. "Benefícios e subsídios são fáceis de criar, mas muito difíceis de serem cortados", disse a especialista em contas públicas Karina Bugarin, pesquisadora do Laboratório de Políticas Públicas e do Núcleo de Economia Regional e Urbana da Universidade de São Paulo (USP).
Os dados do BC mostram ainda que o setor público consolidado registrou um deficit primário de R$ 33 bilhões em maio deste ano, praticamente o dobro do saldo negativo de R$ 15,5 bilhões no mesmo período do ano passado, interrompendo sete meses consecutivos de superavit. No acumulado em 12 meses até maio, o resultado fiscal consolidado dos governos e das estatais registrou um superavit primário (economia para o pagamento dos juros da dívida pública) de R$ 119,9 bilhões, o equivalente a 1,32% do PIB. Contudo, as despesas com juros não param de crescer e somaram R$ 500,5 bilhões nos 12 meses encerrados em maio, o equivalente a 5,15% do PIB - maior patamar desde 2016.
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