A Petrobras anunciou a redução de R$ 0,15 no preço do litro de gasolina vendida nas refinarias a partir de hoje. O preço médio do combustível é de R$ 3,86 e passará para R$ 3,71 — 3,88% a menos. A mistura obrigatória vendida nos postos brasileiros é composta por 73% de gasolina e 27% de etanol anidro. Então, a Petrobras estima que a mudança signifique um corte de R$ 0,11 no valor final repassado ao consumidor. A redução, entretanto, depende das distribuidoras e dos postos de revenda, que têm liberdade para fixar os preços.
Segundo a companhia, a diminuição reflete a queda dos preços da gasolina no mercado externo. "Essa redução acompanha a evolução dos preços de referência, que se estabilizaram em patamar inferior para a gasolina, e é coerente com a prática de preços da Petrobras", disse a empresa, em nota. É a segunda redução seguida feita pela gestão de Caio Paes de Andrade, que assumiu a presidência da estatal no fim de junho. A última aconteceu em 19 de julho, quando a empresa abateu R$ 0,20 no preço do litro.
Com dois reajustes em menos de 10 dias, o preço do insumo nas refinarias da Petrobras acumula queda de 8,6%, o que dá alívio à inflação e ajuda a reduzir a pressão do governo sobre os executivos da empresa.
A empresa anunciou ainda reduções para o querosene de aviação (2,6%), para a gasolina de aviação (5,7%) e para o asfalto (4,5%). Já o preço do diesel se manteve inalterado, apesar dos apelos do presidente Jair Bolsonaro para que a empresa dominua também o valor do combustível.
O novo anúncio ocorreu um dia depois de o Conselho de Administração da empresa ganhar mais poder para supervisionar a política de preços para os combustíveis. Apesar da medida, a Petrobras afirmou que a decisão final sobre novos reajustes permanece com a diretoria executiva.
Inflação
A redução de R$ 0,15 no preço da gasolina deve retirar 0,17 ponto porcentual do IPCA em agosto, calcula o economista da Garde Asset Luis Menon. Dessa forma, a projeção da Garde para a inflação no próximo mês mudou de um recuo de 0,04% para deflação de 0,21%. "Como hoje (ontem) é o último dia de coleta do IPCA de julho, o impacto não pega nesse mês, só começa em agosto", explicou o economista.
Pedro Shinzato, da divisão de óleo e gás da consultoria StoneX, diz que, a curto prazo, com a demanda global por gasolina em queda, as cotações do produto no exterior devem cair ainda mais, abrindo espaço para novas reduções de preços da Petrobras. A partir de setembro, porém, com o início da temporada de furacões no Golfo do México, essa tendência pode ser revertida, com encarecimento das cotações do produto no exterior. (Com Agência Estado)
*Estagiário sob a supervisão
de Odail Figueiredo
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