O Painel de Operações de Crédito do Banco Central registrou que o país iniciou 2022 com R$ 4,6 trilhões em carteira de crédito — isto é, o dinheiro que empresas e pessoas físicas têm em empréstimos tomados. Ainda segundo o levantamento, a taxa de inadimplência equivale a 2% desse montante. Ou seja: as dívidas não pagas referentes à carteira correspondem a R$ 92 bilhões.
Essa inadimplência registrou ligeiro crescimento, se comparada ao final de 2020, quando, em dezembro daquele ano, estava em 1,86%. Em termos percentuais, a situação é melhor que dez anos atrás, por exemplo, quando essa inadimplência atingiu 3%.
Em contrapartida, àquela altura a carteira de crédito pouco passava dos R$ 2 bilhões. Em outras palavras, em cifras absolutas, os R$ 92 bilhões de inadimplência atuais são o maior montante desde 2012, pelo menos.
Se para quem toma dinheiro emprestado a inadimplência é um problema a resolver, para as instituições credoras reaver esses recursos muitas vezes é um desafio.
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O coordenador de investigações da LEME Forense, Guilherme Cortez explica que as estratégias de investigação patrimonial contemporâneas envolvem inteligência artificial e automatização para cruzamento de dados e informações. “Por exemplo, dados do próprio inadimplente, e entre os do inadimplente e seu círculo familiar e de relações”, disse.
“Dessa forma, é possível identificar patrimônios desse inadimplente que são registrados em nome de terceiros. Com essa constatação, abre-se caminho para a empresa credora reaver os recursos”, expõe Cortez.
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