A inflação deve seguir a tendência de crescimento no próximo ano, segundo projeção do Boletim Focus, do Banco Central. De acordo com a nova pesquisa, que ouviu economistas de 100 instituições financeiras do país para analisas índices da economia brasileira até 2025, outras taxas, como a da Selic, devem diminuir em relação aos números atuais, mas ainda permanecer em patamares altos durante os próximos três anos. Além disso, o levantamento, divulgado nesta segunda-feira (25/7), mostra que a expectativa do mercado financeiro é de uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2023 e 2024, além de estabilidade no câmbio do dólar.
Segundo o Focus, há uma expectativa também para o crescimento do PIB ainda em 2022. A projeção para os próximos anos, no entanto, é menos otimista, em razão do pacote bilionário aprovado pelo Congresso.
A previsão é de que a economia brasileira cresça 1,93% em 2022, 0,43 ponto percentual a mais do que no mês passado. Já para os próximos dois anos – 2023 e 2024 – a estimativa de alta caiu, respectivamente, de 0,5% para 0,49%; e de 1,8% para 1,7% em sete dias.
O economista e coordenador no Instituto de Direito Público (IDP) de Brasília Mathias Schneid explica que as projeções do PIB tendem a crescer este ano. Segundo ele, isso pode ser explicado principalmente pela volta da atividade econômica como um todo, pela diminuição do desemprego e devido ao aumento dos postos de trabalho.
"É natural também que, voltando para um equilíbrio, se reduza esse crescimento do PIB para 2023. Dessa forma, com a diminuição da inflação, o governo deve retomar a trajetória de queda a taxa Selic. Então, também acredito que para 2023 a gente vai ter uma diminuição da taxa básica de juros", afirmou Schneid.
Para o câmbio, a expectativa é de que o dólar fique ainda mais forte, e com cálculos de que ano que vem estará mais estável.
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Inflação
O relatório semanal confirmou a queda do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que observa a inflação no país. Segundo a pesquisa, o IPCA hoje registra 7,3%, número 0,24% menor do que o valor da semana passada. Lembrando que, um mês atrás, o índice registrado foi de 8,27%.
A diminuição da inflação, porém, não deve se manter constante até o próximo ano. Este é o 16º relatório que afirma que, em junho de 2023, o IPCA será de 4,91%, e terá alta de 0,29% no começo de julho do mesmo ano. Além disso, o Focus registrou que, daqui A exatamente um ano, em 25 de julho de 2023, o índice estará em 5,3%, ainda assim menor que os dados deste ano.
Em relação à Selic, o Banco Central registrou que a taxa básica de juros nacional está a 13,75% ao ano. Também foi apontada uma diminuição do índice para o mesmo período de 2023, que, segundo a autoridade monetária, será de 10,75% a.a. Para 2024 e 2025, a previsão é de uma queda ainda maior, com 8% a.a e 7,55% a.a, respectivamente. Apesar das variações, o relatório aponta para uma estabilidade da taxa básica de juros.
Na próxima semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) definirá o percentual de aumento da Selic, que pode subir até 0,5 ponto percentual.
* Estagiárias sob a supervisão de Mariana Niederauer
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