No dia em que o Ministério da Economia anunciou melhora na previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2022, de 1,5% para 2%, o Banco Central informou que a economia diminuiu o ritmo em maio. O Índice de Atividade Econômica calculado pela instituição (IBC-Br) registrou queda de 0,11% naquele mês, na comparação com abril, dando sinais de que a esperada retomada não será tão fácil como o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirma. O resultado foi pior do que o esperado pelo mercado, que apostava em alta de 0,1%.
Além disso, foi o segundo mês seguido de queda no indicador, considerado como uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB). Em abril, o IBC-Br já havia apresentado recuo de 0,44% na comparação com março, quando houve alta de 1,09%. O índice acumula alta de 2,08% no ano e de 2,66% em 12 meses. Na comparação com maio de 2021, houve crescimento de 3,7%, também abaixo da estimativa do mercado, de 4%.
Para os economistas, o resultado mostra uma economia andando de lado, mas a tendência é de que novos estímulos como o aumento de benefícios sociais previsto pela PEC das Bondades — promulgada ontem pelo Congresso — estimulem a atividade nos próximos meses.
"Cortes recentes de impostos sobre combustíveis e gás de cozinha e o recentemente aprovado generoso pacote de medidas adicionais por fora do teto dos gastos devem adicionar cerca de 0,7% ao PIB em estímulos fiscais adicionais no segundo semestre", calcula o diretor de Pesquisa Macroeconômica para América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos.
O efeito positivo, contudo, será de curto prazo, na visão dos analistas, uma vez que os benefícios duram apenas até o fim do ano, e devem gerar problemas fiscais, o que tende a afetar o crescimento de 2023. (RH e RG, com Agência Estado)
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.