A Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobrás (Anapetro) enviou ofício contra a indicação de Caio Paes de Andrade ao membros do Conselho de Administração da Petrobras e do Comitê de Elegibilidade da companhia, nesta quinta-feira (23/6). Para eles, há inconsistências para a nomeação do gestor à presidência da Petrobras e sugerem que o nome do indicado de Bolsonaro “seja rejeitado, visto o cenário de instabilidade que pode acarretar sua nomeação”.
A associação enviou a mensagem com apoio da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e sindicatos filiados. O grupo alerta ainda que “caso o nome seja aprovado, buscará os meios legais, tanto nos órgãos de controle, como a Comissão de Valores Mobiliários, quanto no Poder Judiciário, para que a decisão seja revista”.
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"Sem experiência"
A notificação da Anapetro observa que Paes de Andrade não atende a requisitos técnicos necessários para o cargo, que são exigidos pela Lei das Estatais e pelo Estatuto Social da Petrobras. “O senhor Andrade não possui notório conhecimento na área, além de ser formado em comunicação social, sem experiência no setor de petróleo e energia”, diz o documento.
Em nota à imprensa, o grupo diz que Paes de Andrade não atende, principalmente, "aos requeridos A, B, relativos ao tempo exigido de experiência profissional, e C, que, além do tempo de experiência, exige formação acadêmica compatível com o cargo para o qual foi indicado". Além disso, completa, "o candidato não apresentou certificado de conclusão dos cursos que diz ter feito em universidades nos Estados Unidos".
"O currículo apresentado pelo indicado de Bolsonaro à Petrobras fala em pós-graduação em Administração e Gestão pela Harvard University e mestrado em Administração de Empresas pela Duke University. O currículo (...) esbarra em pelo menos dois possíveis impeditivos para sua nomeação: a experiência profissional e a formação acadêmica”, disse a representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Petrobras, Rosângela Buzanelli, nas redes sociais.
“O governo trata a Petrobras como uma empresa de fundo de quintal em total irresponsabilidade e falta de respeito aos acionistas e à importância da empresa para a sociedade brasileira. Os impactos financeiros negativos dessas trocas constantes e a tentativa de nomeação de pessoas não capacitadas, como parece ser o caso, demonstram que o governo quer interferir na gestão da empresa para depreciar ainda mais seus ativos colocados à venda", afirmou o presidente da Anapetro, Mario Dal Zot.