As ameaças do governo federal em promover mudanças na Lei das Estatais levou o ex-presidente Michel Temer (MDB) a criticar qualquer possibilidade de alteração da legislação. Para o emedebista, alterações sequer devem ser cogitadas, sob risco de retrocessos "nos costumes políticos do país". As declarações foram feitas nesta quarta-feira (22/6).
"O que se espera do mundo político é que aperfeiçoe continuamente a legislação e as instituições brasileiras, não que promova retrocessos', diz a nota emitida pelo ex-presidente. "A lei que se pretende amputar significou a moralização das atividades públicas empreendidas pelas empresas estatais e um grande avanço nos costumes políticos do país", avalia.
Ainda de acordo com o ex-presidente, a lei teve o mérito de profissionalizar a gestão dessas empresas e, com sua implementação, permitiu a recuperação da Petrobras "da crise pré-falimentar em menos de ano e meio". Assim, Temer defende que a Lei das Estatais cumpre o papel de defesa de operações das empresas nacionais.
"As estatais prestam grandes serviços ao país e precisam ser protegidas. Por isso, as notícias a respeito das alterações me causam tristeza cívica. É com muita inquietação que peço responsabilidade, serenidade e equilíbrio às lideranças que comandam hoje os destinos do país. Mas estejam certos, se houver retrocesso, a cobrança virá!", diz.