Pesquisa

Mais da metade das micro e pequenas indústrias acredita em alta da inflação

Para 56% do setor, a expectativa é de que o aumento de preços continue neste ano, aponta levantamento do Datafolha, a pedido do Sindicato da Micro e Pequenas Indústrias do estado de São Paulo (Simpi)

O aumento nos custos de matéria-prima causados pela inflação têm incomodado as micro e pequenas indústrias do país. A falta de expectativa de crescimento da economia explica o pessimismo do setor para este ano. Dados de uma pesquisa do Datafolha, a pedido do Sindicato da Micro e Pequenas Indústria do Estado de São Paulo (Simpi), indicam que 56% das MPIs acreditam que haverá alta da inflação nos próximos meses.

A região com o maior nível de pessimismo é o Nordeste, com 68%. Depois aparecem as regiões Sudeste (57%), Sul (50%) e Norte/Centro-Oeste (49%).

Os números também refletem na avaliação da economia brasileira. Nordeste e Sudeste são as regiões com maior insatisfação macroeconômica. Em outro índice apontado pela pesquisa, que varia de 0 a 200 pontos, elas aparecem com 75 e 79 pontos de satisfação, respectivamente. Enquanto, no Sul e Norte/Centro-Oeste, a avaliação é mais positiva; ambas apresentaram 97 pontos na média.

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Insatisfação causada pelo aumento de preços

Coincidentemente, a avaliação mais negativa entre as micro e pequenas indústrias ocorre em regiões onde houve maior aumento nos custos de matéria-prima e insumos para produção e maior média de demissões.

Em comparação com o mês anterior da coleta de dados, 49% das empresas da região Sudeste tiveram altas significativas no preço dos insumos. No Nordeste, 45% das MPIs também sofreram com o mesmo problema. Completam a lista as regiões Sul (41%) e Norte/Centro-Oeste (34%). No Brasil, a média geral de empresas com aumentos consideráveis nos custos de produção, incluindo também mão-de-obra e logística, foi de 62%.

A região Nordeste também figura como aquela que teve a maior média de demissões no mês, com 5,2%. Já nas regiões Norte e Centro-Oeste, que aparecem unificadas na pesquisa, a média de contratações foi de 3,5%.

Na visão do presidente do Simpi, Joseph Couri, é necessário mais apoio para facilitar o acesso ao crédito. “Com a alta da inflação, os investimentos ficam paralisados e a elevação de preços reduz a margem de lucro. Vemos empresários com capital de giro insuficiente e aumento de custos em produção e matéria-prima. O impacto disso é direto na economia e também na geração de empregos. É fundamental continuar apoiando as MPIs com políticas de créditos mais acessíveis aos empresários’’, avalia.

*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro

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