O presidente da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, disse nesta sexta-feira (17/6) que Jair Bolsonaro (PL) “debocha dos brasileiros com seu discurso eleitoreiro contra reajustes de combustíveis”. A decisão pelo aumento dos combustíveis foi tomada ontem pelo Conselho de Administração da estatal. De acordo com o anúncio, as novas altas nos preços da gasolina e do diesel vendidos às distribuidoras estarão vigentes a partir deste sábado (18).
“O presidente Jair Bolsonaro debocha dos brasileiros com seu discurso eleitoreiro contra reajustes de combustíveis, enquanto mantém a política de preço de paridade de importação (PPI), com aumentos baseados no preço internacional do petróleo, variação cambial e custos de importação, mesmo o Brasil sendo autossuficiente em petróleo, com custos em real”, afirmou Bacelar.
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O diesel não sofria reajuste desde 10 de maio, ou seja, há 39 dias, enquanto a gasolina está há 99 dias sem aumento, tendo o último ocorrido em 11 de março. "E, agora, a quatro meses das eleições, Bolsonaro se diz contrário às altas dos derivados, as quais deveria ter combatido desde o início de seu governo", apontou Bacelar.
A crítica é baseada nos dados desde o início da política de paridade de preços internacionais da Petrobras, o PPI, mas com recorte ao início do atual governo. Entre janeiro de 2019 e 17 de junho de 2022, o diesel nas refinarias subiu 203,%, a gasolina, 169,1%, e o GLP, 119,1%, de acordo com dados da FUP produzidos em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a partir de indicadores da Petrobras.
“O novo aumento do diesel e da gasolina, anunciado na mesma semana em que é aprovado no Congresso Nacional o Projeto de Lei Complementar (PLP 18), que reduz o ICMS sobre combustíveis, é mais um descaso do governo federal com o trabalhador brasileiro, a maior vítima da disparada dos preços dos derivados e descontrole da inflação”, finalizou Bacelar.