O presidente Jair Bolsonaro (PL) participou nesta quinta-feira (09/06) — por meio de videoconferência — do Fórum da Cadeia Nacional de Abastecimento, promovido pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). O chefe do Executivo se encontra em Los Angeles, onde participará da Cúpula das Américas e de uma reunião bilateral com o presidente americano, Joe Biden.
Em seu rápido discurso, Bolsonaro apelou para que empresários do setor “tenham menor lucro possível” em relação a produtos que compõem a cesta básica e reconheceu a alta da inflação principalmente em alimentos e combustíveis. Ele também reclamou de ser visto como culpado pela crise na economia e citou a Venezuela como exemplo de país que o Brasil não quer se transformar.
“Vocês viram como um povo vive na situação crítica lá, de miserabilidade quase absoluta mesmo tendo reserva de petróleo. Sabemos como isso começa e como as pessoas usam a população para fazer comparações não verdadeiras acusando eu, o presidente como sendo causador dessa inflação e do aumento dos gêneros alimentícios que interessa a todos, em especial, aos mais humildes”.
O chefe do Executivo citou alguns dos itens de maior carestia da cesta e citou pautas eleitoreiras comparando-se ao ex-presidente Lula (PT).
“Hoje em dia está como vilão da cesta básica o preço do óleo de soja, temos outros produtos que subiram bastante: ovos, leite, açúcar, café. Então, é um apelo pela nossa economia, para que nós possamos, ao continuar o governo, mostrar a vocês que nós não queremos, por exemplo, revogar a reforma trabalhista. Nós não queremos mais que se use o nosso BNDES para emprestar para ditaduras pelo mundo todo. Nós não queremos valorizar o MST da forma original. Nós já valorizamos eles titulando as terras”.
“Não queremos uma campanha de desarmamento da população. Nós reconhecemos e valorizamos os militares, ninguém quer botar o militar em seu devido lugar como outra parte sempre fala. Defendemos liberdade religiosa, entendemos trabalhos de pastores e padres fazem pelo Brasil bem como outros religiosos. Nós defendemos liberdade de imprensa, de expressão ao contrário do que o outro lado sempre fala, nos relacionar com o mundo todo e não priorizar alguns países que têm ideologia completamente diferente da nossa mas para isso devemos em momentos difíceis, devemos todos nós colaborar", completou.
"O apelo que eu faço aos senhores, para toda a cadeia produtiva, é que os produtos da cesta básica, cada um obtenha o menor lucro possível, para a gente poder dar uma satisfação a uma parte considerável da população, em especial os mais humildes porque nós temos fé em Deus e essa crise a 10 mil km de distância terá o seu ponto final brevemente”, pediu.
Bolsonaro apontou que a margem de lucro dos empresários já está enxuta, mas pediu um “pouco mais” de colaboração.
“Eu sei que a margem de lucro tem cada vez diminuindo mais. Também os senhores já vêm colaborando dessa forma, mas colaborem um pouco mais na margem de lucro dos produtos da cesta básica. Esse é o apelo que eu faço aos senhores. Se for atendido agradeço e muito e se não for é porque realmente não é possível”.
O presidente também citou a guerra da Rússia na Ucrânia e comentou sobre o projeto de lei aprovado pela Câmara dos Deputados no último dia 25. “Apelo a todos no que for possível colaborar um pouco mais pra gente vencer esse momento difícil e fazer com que os mais necessitados tenham um alimento um pouco mais barato na ponta da linha”, concluiu.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, também participou do evento e pediu “trégua” de preços. “Temos que estar juntos nessa trégua de preços. Vamos ajudar a quebrar esse espiral inflacionário”. E justificou que a inflação é mundial e “nunca foi culpa do presidente ou do nosso governo”.
“O presidente está pedindo agora é justamente o seguinte: vamos dar uma trégua de preços. Vamos confiar um pouco no Brasil. A inflação está começando a cair e o Brasil vai retomar o crescimento. Fica essa mensagem, vamos conversar sobre os pleitos que vocês fizeram, estamos alinhados. Mas agora é hora da trégua. Vamos fazer a trégua como pediu o presidente”.