O governo anunciou ontem que o plano de financiamento da produção agropecuária 2022/2023, que começa em julho, terá R$ 340,8 bilhões. O montante representa um aumento de 36% em relação ao último plano safra, cujo valor foi de R$ 251 bilhões. Os números foram apresentados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento(Mapa), ontem, em evento que contou com a participação do presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Com o plano, o Brasil faz sua parte para atender à demanda por alimentos. Temos tudo para chegar a 300 milhões de toneladas de grãos na próxima safra", disse o ministro da Agricultura, Marcos Montes.
Nos próximos 12 meses, o sistema financeiro disponibilizará R$ 246,3 bilhões para custeio e comercialização, uma alta de 39% em comparação à safra anterior. Além disso, R$ 94,6 bilhões serão destinados para investimentos, o que representa um crescimento de 29%.
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Juros
O maior incremento virá da oferta de crédito com taxas de juros de mercado, que deve chegar a R$ 145,18 bilhões, uma alta de 69% em relação aos R$ 86 bilhões do ciclo que está terminando.
Com juros controlados, aqueles que mais impactam positivamente os pequenos e médios produtores, serão R$ 195,7 bilhões, 18% a mais do que na safra 2021/22. Deste montante, R$ 115,8 bilhões terão taxas de juros equalizadas pelo Tesouro Nacional, valor 31% maior do que no ciclo vigente.
A equalização de juros era uma das preocupações do setor, pois a inflação aumentou os custos de forma generalizada no campo. As taxas ficaram abaixo da Selic em todos os programas do plano, variando de 5% a 12% ao ano. As maiores taxas são as dos programas Moderagro (voltado à modernização das propriedades agrícolas) e Moderfrota (que financia tratores e colheitadeiras). Eles terão juros de 10,5% e 12%, respectivamente. As menores taxas serão das do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), fixadas entre 5% e 6% ao ano.
Os recursos destinados ao Pronaf, que beneficia pequenos produtores, somam R$ 53,61 bilhões, alta de 36% em relação ao último período. Já o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), receberá R$ 43,75 bilhões ( 28%)
Entre as linhas de crédito voltadas a investimentos de longo prazo no setor, o governo deu prioridade, como previsto, a programas relacionados à sustentabilidade na atividade agropecuária, inovação e armazenagem.
Criado em 2003, o Plano Safra é lançado todos os anos em junho — data escolhida devido ao calendário agrícola — e tem como objetivo estimular a produção nacional no campo.
* Estagiários sob a supervisão de Odail Figueiredo
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