A quinta linha de rede móveis, ou 5G, deverá funcionar em Brasília a partir da primeira quinzena de julho, de acordo com informações da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). As operadoras de telefonia se dizem preparadas para iniciar as operações na faixa de 3,5GHz "nos próximos dias". As demais capitais deverão receber a nova banda larga até agosto.
De acordo com a Anatel, o início da operação depende de o Grupo de Acompanhamento da Implantação das Soluções para os Problemas de Interferência na faixa de 3.625 a 3.700MHz (Gaispi) conseguir mitigar as interferências em outros sistemas de transmissão.
Em meio às pressões eleitorais — a chegada da nova tecnologia deve ser explorada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) na campanha —, a nova data surge após a Anatel ter estendido o prazo para o início da operação do 5G na faixa de 3,5GHz, nas capitais, de julho para setembro de 2022.
Na última segunda-feira, o conselheiro da Anatel e presidente do Gaispi, Moisés Moreira, destacou o início da operação da nova banda larga, em evento promovido pela fabricante chinesa Huawei. "O 5G vai começar agora, por Brasília. Temos nos empenhado muito para que, em Brasília, o 5G seja ligado já na primeira quinzena de julho. Existem algumas dificuldades, temos que fazer as mitigações, mas a Anatel está muito determinada", afirmou.
Ontem, a assessoria da Anatel confirmou a informação, mas destacou uma das dificuldades para que os brasilienses possam acessar a banda larga.
"No dia 2 de junho, o Conselho Diretor da Anatel aprovou a postergação da liberação do 5G nas capitais em 60 dias e os novos prazos de liberação são no final de agosto. No entanto, o Gaispi e a EAF (Entidade Administradora da Faixa) estão envidando esforços para que Brasília seja liberada na primeira quinzena de junho. Para isso, é necessário que a EAF consiga terminar todos os trabalhos necessários para a mitigação de interferências. Só após o Gaispi poderá autorizar Brasília", informou a agência.
Grupo que reúne Anatel, Ministério das Comunicações, operadoras móveis vencedoras do leilão do 5G e as emissoras de televisão, o Gaispi negocia com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) como controlar interferências do 5G em transmissões usadas por aeronaves.
De acordo com informações que circularam nos bastidores do Painel Telebrasil Summit 2022, na terça-feira, em Brasília, o Gaispi e a Anac deverão publicar, ainda hoje, uma portaria conjunta com as especificações de potência que as antenas do 5G deverão irradiar nas redondezas do Aeroporto Internacional de Brasília, antes da ativação do serviço de 5G na capital.
Problemas técnicos relativos à limpeza, como instalação de filtros em transmissores e substituição de antenas parabólicas, previstos para esta etapa ainda vinculada à Anac, foram alguns dos motivos que levaram à prorrogação do prazo por mais 60 dias para o início do 5G.
As operadoras de telefonia celular Tim e Claro anunciaram estar preparadas para o lançamento do 5G Standalone na faixa de 3,5GHz em Brasília nos próximos dias, de acordo com manifestações feitas ao Correio.
Durante o Painel Telebrasil 2022, ontem, o presidente da TIM, Alberto Griselli, repetiu várias vezes que o início do 5G ocorreria "nos próximos dias". A companhia opera com a data de 5 de julho e diz que grande parte dos telefones celulares em atividade consegue receber o sinal do 5G. "Teremos um pacotinho 5G para os clientes brincarem com a velocidade a mais", disse.
A assessoria da Claro informou que a empresa está "plenamente preparada para a implantação do 5G Standalone na faixa de 3,5GHz e, para isso, aguarda as liberações das entidades responsáveis.
Já a Vivo afirmou, por meio da assessoria, que também está pronta para operar em 5G nas capitais caso haja viabilidade de liberação das radiofrequências.
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