Mercado

Ibovespa volta a fechar acima dos 100 mil pontos e dólar recua 0,32%

Ações da Vale e da Petrobras e o preço das commodities influenciaram no resultado positivo

Raphael Pati*
postado em 27/06/2022 19:40
O mercado brasileiro também foi impulsionado pelos índices das commodities, que fecharam, quase todas, em alta. -  (crédito: Pixabay/Divulgação)
O mercado brasileiro também foi impulsionado pelos índices das commodities, que fecharam, quase todas, em alta. - (crédito: Pixabay/Divulgação)

Após seis dias consecutivos abaixo do patamar, o Índice Bovespa encerrou esta segunda-feira (27/6) acima dos 100 mil pontos. O aumento registrado da bolsa foi de 2,12%, fechando o pregão aos 100.763 pontos. O dólar comercial teve um leve recuo e fechou a segunda cotado a R$ 5,23 — queda de 0,32%.

As ações da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR3;PETR4) foram os principais destaques que elevaram a bolsa brasileira no dia. Os papéis ordinários da mineradora subiram 4,6%, e terminaram o dia no valor de R$ 78,05. Já as ações da petrolífera tiveram elevação de 6,75% nas ordinárias e 6,43% nas preferenciais, a R$ 30,86 e R$ 27,98, respectivamente.

O mercado brasileiro também foi impulsionado pelos índices das commodities, que fecharam, quase todas, em alta. O economista Carlos Oliveira, sócio da Capital Investimentos, ressalta que a expectativa do Federal Reserve (FED), o Banco Central dos EUA, de que o preço das commodities devem recuar foi um fator positivo para o bom resultado dos mercados ao redor do mundo nesta segunda.

“O FED analisou o preço das commodities e viu que elas foram o principal vilão para o aumento da inflação no mundo. Esses estudos também preveem uma redução de consumo e uma queda no preço das commodities. Isso impactaria positivamente os mercados em todo o mundo. Então, isso trouxe um alívio maior para os mercados globais no dia de hoje”, comenta.

Mauro Cazzaniga, economista da BMJ Consultores Associados, avalia que o aumento do preço das commodities pode ajudar a economia brasileira a superar perdas que elevaram a inflação. “O Brasil continua tendo um diferencial, já que a alta do preço em algumas commodities que exportamos (como o minério de ferro) beneficia empresas exportadores, que têm sido as maiores responsáveis pelas altas na bolsa recentemente”, diz. 

“Ainda assim, acho que o impacto dessa alta de preços (que tem se concentrado nas commodities de energia) tende a ser mais negativo do que positivo, mas no mínimo acho que tem servido como um "freio" para algumas perdas”, completa.

Realinhamento do mercado

Na visão do economista Guilherme Macêdo, sócio da Vokin Investimentos, a explicação para o aumento da bolsa brasileira é a recuperação das perdas após uma semana agitada com quedas significativas no mercado nacional, alinhado com poucas movimentações no dia, que poderiam impactar tanto negativa, quanto positivamente o cenário.

“Isso significa um realinhamento do mercado. O dólar caiu porque o cenário ficou mais recessivo e não houve nada de novo que pudesse interferir drasticamente no mercado”, avalia.

Macêdo também ressalta que houve uma resposta positiva do mercado à pesquisa eleitoral da BTG Pactual/FSB, divulgada nesta segunda, que indicou uma aproximação do presidente Jair Bolsonaro (PL), em relação ao pré-candidato Luiz Inácio Lula da Silva. Para o economista, a incerteza sobre as propostas econômicas do petista faz com que os investidores enxerguem um cenário mais previsível com o atual chefe do executivo.

“Como o mercado tem avaliado as propostas do atual governo mais pró-mercado e o plano econômico do outro candidato ainda está meio incerto, há menos medo de riscos a curto prazo para o mercado financeiro”, comenta.

*Estagiário sob a supervisão de Pedro Grigori

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação