O ministro da Economia, Paulo Guedes, avaliou a capitalização da Eletrobras como “histórica” e disse que, a partir de agora, a companhia está “livre para voar" e para investir.
“A maior empresa de energia limpa e renovável está livre e, agora, vai seguir, e não precisa ficar dependendo do Estado”, afirmou Guedes, nesta terça-feira (14/6), durante cerimônia de abertura da oferta de negociação das novas ações da Eletrobras na Bolsa de Valores de São Paulo (B3). “Este é realmente um dia histórico”, disse ele, reforçando que “houve esgotamento do modelo” atual.
A oferta pública movimentou R$ 29 bilhões, conforme dados dos órgãos do governo, sendo R$ 2,92 bilhões relativos à venda de ações sob a titularidade da BNDES Participações, subsidiária do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). As ações foram negociadas a R$ 42 e, nesta tarde, estavam cotadas a R$ 4,63, dado 3,82% acima do valor da véspera.
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“A Eletrobras agora está livre, está capitalizada. Ela é a garantia da segurança energética do Brasil nessa dimensão renovável”, afirmou o ministro. Segundo ele, a companhia poderá investir nas fazendas de energia eólica na costa brasileira. “Estamos devolvendo essa liberdade para voar”, afirmou.
O ministro ressaltou que a estatal perdeu a capacidade de investimento, porque precisa investir R$ 15,7 bilhões por ano para manter a fatia de mercado, mas só consegue investir R$ 3 bilhões devido ao esgotamento do modelo atual.
Esforço conjunto
Paulo Guedes ainda elogiou os governos militares ao falar da Eletrobras e do “legado” de infraestrutura do país que, segundo ele, foi “deteriorado” nos últimos anos de governos democráticos. Nesse sentido, Guedes ignorou o fato de que o elevado endividamento público e a hiperinflação foram as principais heranças deixadas pela ditadura, além das torturas aplicadas nos opositores. “O Brasil tinha um dinamismo enorme e foi perdendo velocidade. O legado (do governo militar) estava sendo perdido pelo aparelhamento e o desvio de recursos”, afirmou.
De acordo com Guedes, o processo de capitalização da Eletrobras foi produto de um esforço conjunto do governo e todos os envolvidos. Assim como o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, Guedes agradeceu ao ex-ministro Bento Albuquerque, que contou que foi convidado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) ao evento de capitalização da estatal.
“Foi uma construção conjunta e, ao mesmo tempo, combate à pandemia, o processo de transição de uma economia dirigista que tinha ficado disfuncional”, afirmou o chefe da equipe econômica, que, ao lado de Bolsonaro seus ministros, bateu o sino da B3.
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