De acordo com Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o consumo de carne no país caiu cerca de 40% entre 2006 e 2022. Apesar da baixa, o produtor rural Sérgio Andrade é otimista em relação à recuperação econômica. Ele e a filha, a também produtora rural Juliana do Vale Andrade, participaram nesta sexta-feira (3/6) do CB.Agro, programa do Correio Braziliense em parceria com a TV Brasília.
“A economia vem mostrando sinais de recuperação e isso reflete diretamente no consumo das pessoas. Eu não acredito em mudança negativa. O país e o mundo crescendo, obviamente, teremos um cenário favorável. Não acredito que vá retroceder. Acredito que agora a tendência é estabilizar para o crescimento”, afirmou Sérgio.
Questionado sobre uma possível queda no preço da carne, o produtor rural foi taxativo. “Acho difícil (abaixar). Só quem produz sabe o que estou falando. O custo está alto em função das commodities estarem altas, o que impacta diretamente na arroba do boi. O dólar está alto e a produção está alta. A agricultura reflete no preço da carne”, pontuou. “A conta não fecha. O pecuarista tem dificuldade de fazer o preço da carne chegar ao preço do que o mercado está pagando”, completou Andrade.
Em meio à guerra na Ucrânia, o pecuarista afirmou que o conflito no leste europeu prejudica o agronegócio brasileiro. “Prejudica, sim. A Rússia é um país que temos que ter relações porque é um grande consumidor de carne”, pontuou Sérgio.
Ele também reforçou a importância de o país manter relações econômicas com a China. “A China é importante para o mundo todo, mas, para o Brasil, em especial, é nosso maior mercado. Então, qualquer movimento que o país faz de parar uma importação ou compra no nosso país repercute fortemente.”
Tecnologia no agro
Juliana do Vale Andrade, filha de Sérgio, abandonou a arquitetura para mergulhar no mundo da pecuária e, hoje, ajuda o pai a administrar a propriedade da família. Em conversa ao CB.Agro, a produtora rural destacou a importância da implementação da tecnologia na pecuária.
“Busquei um consultor técnico para fazer um mapeamento de onde tínhamos que ser mais eficientes na fazenda. Isso ajudou a gente a crescer e ter mais índices e números, e ver o que realmente precisa melhorar”, explicou. Além disso, o negócio da família conta com aplicativos e programas de ponta que contribuem com o manejo dos animais.
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro
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