A Anistia Internacional Brasil cobrou providências do ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres em razão da morte de Genivaldo Jesus Santos. A entidade frisa que a pasta é responsável pelo trabalho da Polícia Rodoviária Federal e exige informações sobre o afastamento dos agentes. Segundo a Anistia Internacional, a conduta dos agentes da Polícia Rodoviária Federal pode ser caracterizada como tortura, agravada por envolver agente público.
A Defensoria Pública da União também qualifica a morte de Genivaldo Santos como "um ato de tortura com uso de 'câmara de gás'". O episódio "revela indiferença à vida humana de grupos vulnerabilizados e invisíveis para o Estado brasileiro".
As Defensorias Nacional e Regionais de Direitos Humanos e o Grupo de Trabalho de Políticas Etnorraciais da DPU repudiaram "com veemência" não só a conduta dos agentes da PRF, mas também a "violenta ação policial" na Vila Cruzeiro, no Rio onde 23 pessoas foram mortas durante operação conjunta das Polícias Federal, Rodoviária Federal e Militar.
A Defensoria Pública da União diz que vai acompanhar de perto as investigações e adotar "providências necessárias à reparação das vítimas e à transformação da realidade racial do país". A Polícia Federal abriu inquérito para apurar as circunstâncias da morte de Genivaldo. Já PRF abriu procedimento disciplinar para investigar a conduta dos agentes envolvidos.
A Defensoria Pública da União também quer que o Estado reconheça o "ato ilícito praticado" na operação da Vila Cruzeiro e no episódio em Umbaúba, com a reparação das famílias. Além disso, defende a realização, às forças de segurança, de cursos preparatórios de combate ao racismo institucional e estrutural, além de formas adequadas de abordagem.