A montadora Caoa Chery oficializou a demissão de 446 funcionários da fábrica de Jacareí (SP), após não chegar a um acordo com o Sindicato dos Trabalhadores de São José dos Campos e Região. Os profissionais foram informados do desligamento por telegramas
As correspondências sobre as rescisões dos contratos começaram a chegar na quarta-feira (25/5), segundo representantes dos metalúrgicos. O fechamento da unidade de Jacareí, a primeira da Chery fora da China, foi anunciado no início do mês de maio.
Segundo a montadora, foi feita a opção pelo telegrama para evitar gerar insegurança no local, pois um grupo de sindicalistas estaria bloqueando o acesso ao portão da fábrica. Além disso, os funcionários não estão mais frequentando a unidade desde que entraram em licença remunerada.
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O Sindicato dos Metalúrgicos afirmou que a categoria foi surpreendida pelos cortes e que, após os trabalhadores recusarem a última proposta da empresa, as partes voltariam às negociações no Ministério Público do Trabalho.
A última proposta foi recusada em assembleia na terça-feira (24), quando a empresa ofereceu indenização de sete a 15 salários, dependendo do tempo de trabalho. A proposta do MPT era de 20 salários e extensão de benefícios, como convênio e vale-alimentação. Após a recusa, a empresa iniciou as demissões.
No comunicado em que declinou da proposta, a Chery disse que ofereceria salários adicionais para a indenização e que, caso não fosse aprovada a oferta em breve, retiraria o benefício. O sindicato informou que vai se reunir com os funcionários desligados em assembleia em frente à fábrica para discutir medidas a serem tomadas.
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro