Em meio ao aumento da pobreza provocado pela pandemia, o mundo ganhou um bilionário a cada 30 horas nos últimos dois anos. O levantamento foi feito pela ONG Oxfam e divulgado na abertura do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.
O documento chamado Lucrando com a dor calcula que um milhão de pessoas entraram na pobreza extrema a cada 33 horas em 2022. A pandemia provocou o maior aumento da extrema pobreza em mais de 20 anos.
De acordo com o levantamento, o mundo ganhou 573 bilionários na pandemia, 40 deles somente na indústria farmacêutica. Ao todo, são 2.668 pessoas com fortuna nas casa dos bilhões, que enriqueceram em 24 meses, o equivalente a 23 anos.
Este pequeno grupo acumula 13,9% do PIB mundial. Além disso, as 10 pessoas mais ricas do mundo têm uma riqueza maior do que os 40% mais pobres. O documento ainda aponta que o empresário Elon Musk, o homem mais rico do mundo, poderia perder 99% de sua fortuna e ainda assim estaria entre os 0,0001% mais ricos do mundo. Desde 2019, o patrimônio dele aumentou 699%.
O documento também apresenta sugestões de redistribuições de renda para lidar com a grande desigualdade econômica existente no mundo. Entre as recomendações, estão a tributação de grandes fortunas e a criação de um imposto extraordinário da covid-19 sobre os lucros excessivos das maiores corporações do mundo.
"Existem medidas que podem reduzir essa desigualdade: tributação em porcentagens baixas. Estamos falando de dois por cento para milionários chegando a cinco por cento, e com isso podemos arrecadar dinheiro suficiente para enfrentar esse profundo problema social", disse diretora executiva da Oxfam, Gabriela Bucher.
Após dois anos, o Fórum Econômico Mundial voltou o ocorrer nesta semana entre 22 e 26 de maio. Este ano, participam do evento cerca de 2.500 líderes políticos, econômicos, empresariais e da sociedade civil.