Membros da Polícia Federal resolveram se manifestar de forma diferente na próxima semana após Assembleia Geral Extraordinária (AGE), realizada nessa quinta-feira (19/5). Em vez de paralisações ou greves, os agentes vão intensificar os trabalhos de fiscalização em portos, aeroportos, empresas de segurança privada, clubes de tiro e concessão de registros de porte de armas para caçador, atirador e colecionador (CAC) para reforçar importância da corporação.
A mobilização é um protesto contra o governo pela sinalização de não-cumprimento da promessa de reestruturar carreiras policiais pagas pela União. Durante a construção do Orçamento de 2022, no ano passado, o presidente Jair Bolsonaro (PL), prometeu aos policiais federais que reestruturaria a carreira, mas após manifestações de outras categorias do funcionalismo público da União, acabou recuando e anunciou um reajuste linear de 5%. Ainda não foi tomada nenhuma decisão definitiva.
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Palavras soltas
Segundo a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), a intensificação dos trabalhos será para reforçar a importância da categoria e deve iniciar já na semana que vem, com maior esforço nos trabalhos de fiscalização em aeroportos.
O presidente da Fenapef, Marcus Firme, afirma que a categoria cansou de esperar aceno do governo para negociar a reestruturação das carreiras e que as promessas não cumpridas, conflitos de informações e declarações desencontradas atropelaram o apelo do Executivo por uma trégua, pelo menos até o dia 22.
“Tudo o que temos são palavras soltas. Nunca houve uma mesa de negociações com representantes das categorias”, disse. Com o prazo para definição se esgotando, os policiais federais decidiram reforçar os movimentos pela valorização da categoria, “mas sem prejudicar a sociedade”, disse.
Na avaliação da Fenapef, as declarações e reuniões das quais participou o presidente da República ao longo da semana foram um sinal de que a União não incluirá os policiais federais como uma prioridade.
De acordo com as últimas informações, a reestruturação dos salários será concedida apenas para os policiais rodoviários federais, cujos salários devem ser equiparados aos dos agentes da Polícia Federal. Para os demais, restariam os 5% de reajuste, prometidos para todos os servidores públicos.