Nesta semana, o presidente Jair Bolsonaro (PL) editou uma medida provisória (MP) para alterar a lei que trata da tabela do frete pago a transportadores de carga, com o intuito de agradar os caminhoneiros. O anúncio ocorreu uma semana após a Petrobras divulgar nova alta no preço do diesel e em meio ao aumento no tom das críticas do presidente à estatal devido aos reajustes e escalada de preços por causa da paridade internacional.
A tabela do frete apresenta aos caminhoneiros valores mínimos de referência para o transporte de cargas, levando em consideração fatores que vão desde a remuneração do motorista, os gastos com seguro e as despesas com combustível.
Para driblar a crise, empresas apostam em soluções de automação — como a roteirização de trajeto — que resultam em rotas mais curtas e eficientes, o que possibilita um tempo menor de percurso. A adoção destas medidas é capaz de reduzir em até 6% o custo do combustível e ainda pode gerar um lucro de 22% por pedido ao motorista.
O diretor comercial e Marketing da Lincros, André Jacinto, explicou que a redução está na distância que você percorre para fazer as suas entregas. “Isso, consequentemente, gera menos distância, menos gasto com quilômetro e, assim, menos gastos com combustíveis.”
“Em determinados cenários, a empresa consegue até 10% de redução de custos ao final do mês”, explicou Jacinto. “Sendo assim, além dos combustíveis, outros benefícios indiretos são importantes: servem como manutenção de veículos, já que o motorista roda menos e evita grande quantidade de veículos nas estradas. Basicamente, quando a empresa foca na otimização da rota, ela potencializa a sua distribuição em um todo”, completou.
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Segundo o diretor comercial, a adoção das medidas não reduz o preço do litro do combustível. “Mas sim, uma redução de gastos já que você irá entregar mais durante a sua rota. Ao invés de você ter um veículo que tenha apenas 50% de sua ocupação, você terá um planejamento melhor e, consequentemente, terá um gasto menor por quilômetro”, pontuou.
Para Jacinto, a questão de conseguir entregar sua mercadoria de uma maneira mais rápida é um diferencial competitivo melhor do que uma redução de custo em si. “O planejamento é a chave”, afirmou. “Além da economia de combustível, devemos lembrar que a tecnologia, quando aliada aos processos e pessoas, sempre trará resultados positivos, tanto na redução de custos, diferenciais competitivos, melhoria na experiência do cliente, e principalmente, o aumento da margem de lucro.”
Para a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), a alteração é bem vinda diante de um cenário com reajustes constantes e faz com que o caminhoneiro não absorva os prejuízos de forma acumulativa até que os aumentos atinjam 10%, uma vez que a margem de lucro do caminhoneiro é pequena e qualquer percentual impacta na sua rentabilidade.